A Arábia Saudita e o grupo japonês SoftBank assinaram um memorando de entendimento para construir um projecto de energia solar de 200 mil milhões de dólares (cerca de 161 mil milhões de euros), que será o maior alguma vez desenvolvido no mundo.  

Segundo a Bloomberg, o projecto foi revelado esta terça-feira numa cerimónia em Nova Iorque, pelo fundador do SoftBank Masayoshi Son e pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed Bin Salman, numa altura em que o reino procura reduzir a sua dependência do petróleo.

O projecto, que deverá ter capacidade para produzir 200 gigawatts até 2030, será cerca de 100 vezes maior do que o projecto mais ambicioso que foi apresentado até ao momento, de acordo com os dados compilados pela agência noticiosa. A Reuters lembra que esse valor corresponde a metade da capacidade de energia solar instalada globalmente, e da capacidade total de energia nuclear do mundo, de cerca de 390GW, no final de 2016.

"É um passo gigante na história da humanidade", afirmou o príncipe Mohammed Bin Salman. "É ousado, arriscado, e esperamos ter sucesso".

O líder do grupo japonês antecipa que o projecto – que compreende todo o processo, desde a produção de painéis e equipamentos até à geração de energia – deverá criar 100 mil postos de trabalhar e poupar cerca de 40 mil milhões de dólares em custos de energia.

A instalação atingirá a sua capacidade máxima daqui a 12 anos e deverá custar cerca de mil milhões de dólares por gigawatt. "O reino tem muito sol, muitas terras disponíveis e grandes engenheiros, grande mão-de-obra, mas mais importante ainda, a maior e melhor visão", destacou Son, numa conferência de imprensa, citado pela Bloomberg.

A fase inicial do projecto, para uma capacidade de 7,2 GW, terá um custo de 5 mil milhões de dólares, sendo que mil milhões virão do Vision Fund, do SoftBank.

Em Novembro do ano passado, o SoftBank já havia anunciado que iria investir 25 mil milhões de dólares na Arábia Saudita nos próximos três a quatro anos.

Mais de metade desse montante (15 mil milhões) tem como destino a construção de uma nova cidade chamada Neom, que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman planeia desenvolver na costa do Mar Vermelho.