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AIE avisa: Sem corte da OPEP, mercado pode ficar inundado de petróleo
No seu relatório mensal, a Agência Internacional de Energia revela que a oferta global subiu para os 97,8 milhões de barris por dia, devido ao contínuo crescimento da produção petrolífera entre os países da OPEP e de outros como o Brasil, a Rússia, o Canadá e o Cazaquistão.
A ausência de cortes na produção petrolífera entre os países da OPEP, o aumento da produção de outros países fora do cartel e o abrandamento da procura são os indicadores apontados pela Agência Internacional de Energia para uma possível situação de sobreprodução em 2017.
O aviso da Agência Internacional de Energia (AIE) chega no contexto da publicação do seu relatório mensal. O documento revela a oferta global subiu 800.000 barris por dia para os 97,8 milhões de barris por dia. O aumento deve-se ao contínuo crescimento da produção petrolífera entre os países da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de outros como o Brasil, a Rússia, o Canadá e o Cazaquistão.
A OPEP, no entanto, tem vindo a passar por alguns desafios impostos por alguns membros, nomeadamente o Irão, que pretende recuperar os valores de produção anteriores às sanções internacionais. Também o Iraque considerou ficar de fora dos cortes. O grupo, no entanto, já delineou um plano de longo prazo para a matéria-prima.
A contínua resistência entre os países da OPEP a travagem na produção pode levar a uma desvalorização do petróleo para valores abaixo dos 40 dólares.
O preço do barril de Brent encontra-se actualmente a subir 0,91% para 46,78 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI) encontra-se em quedas de 0,04% para 45,25 dólares por barril.
O cartel reunir-se-á no fim deste mês em Viena para discutir os cortes na produção, para valores entre os 32,5 e os 33 milhões de barris por dia. "Qualquer que seja o resultado, o encontro de Viena terá um grande impacto no eventual e tão adiado reequilíbrio do mercado de petróleo", avança a Agência Internacional de Energia citada pela Reuters.
A mesma organização avança que se não se chegar a um consenso e alguns membros continuem a aumentar a sua produção, o mercado manter-se-á excedentário ao longo do ano, com poucas perspectivas no aumento do preço do petróleo.
Para os países produtores fora do cartel, a agência prevê uma taxa de crescimento da produção de 500.000 barris por dia em 2017.
Em termos globais, a mesma agência prevê um crescimento da extracção em 1,2 milhões de barris por dia até ao final do ano e um consumo a crescer ao mesmo ritmo no próximo ano. No entanto, sublinha, o abrandamento do crescimento económico mundial e um menor consumo em países como a Índia e a China são dois factores que poderão inviabilizar uma melhoria na procura de petróleo em 2017.