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EDP reforça caça ao “gato” no Brasil
As perdas comerciais no Brasil são ainda uma realidade muito concreta, avançou o administrador da EDP Brasil, Miguel Setas. No país ainda prolifera aquilo que no país se chamam os “gatos”, ou seja, puxadas de electricidade da rede pública para as casas particulares.
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“Temos um volume de perdas comerciais que merece uma atenção muito especial. E o combate mais intensivo nos próximos anos”, avançou Miguel Setas, à margem do “road show” de fornecedores em S. Paulo, que acaba esta sexta-feira.
A EDP acredita que a regularização de clandestinos pode ser também uma forma de fazer crescer a sua base de clientes. “Não são consumidores formais e estão a furtar energia”, especifica o administrador da EDP. No ano passado, a energia furtada representava 5% da energia total colocada na rede da EDP em S. Paulo, e de 6% em Espírito Santo. “Uma parte destas perdas é, no entanto, mitigada por uma compensação que é colocada na factura da electricidade. Ou seja, uma parcela destas perdas é socializada”, explicou Miguel Setas.
No ano passado, só em S.Paulo, a EDP Brasil regularizou 15 mil clandestinos. Como? “Não lhes batemos”, explica a presidente Ana Maria Fernandes. A chegada da nova presidente da EDP Brasil coincidiu com uma nova forma de abordar este problema, “mais feminina e menos musculada”, segundo o administrador com o pelouro da comercialização. No passado, a EDP tentou o método coercivo mas não resultou. “Quando tiramos os gatos, numa semana, eles voltam na outra. São vadios”, ironizou o administrador.
Ana Maria Fernandes introduziu na empresa uma nova prática que passa por “enquadrar estes clientes num consumo responsável”. Miguel Setas disse que agora a abordagem da EDP Brasil tem uma visão mais social. “Tentamos ajudar estes clientes a consumir menos, doando frigoríficos e aconselhando o uso de lâmpadas eficientes, ou encaminhando-os para a tarifa social que reduz a conta substancialmente para quem tem baixos rendimentos”, rematou ao administrador da EDP Brasil.
* O jornalista viajou para o Brasil a convite da EDP