Os mais de 20% do capital que a família Ballvé detém da cadeia de restauração espanhola Telepizza poderão vir a impedir a desblindagem dos estatutos da empresa e a condenar ao fracasso as OPA do Grupo Zena e da empresa nacional Ibersol.

A decisão sobre a desblindagem dos estatutos da empresa será tomada hoje em assembleia geral de accionistas, convocada pela administração da empresa no início do mês passado em virtude das ofertas públicas de aquisição (OPA) lançadas sobre a Telepizza.

A Telepizza está actualmente a ser alvo de três ofertas: uma do Grupo Zena, outra da Ibersol e ainda uma da família Ballvé, que lançou uma OPA sobre a cadeia espanhola de «fast food» através da Permira.

A família Ballvé detém mais de 20% do capital social da empresa, sendo Pedro Ballvé o presidente da Telepizza.

De acordo com o «Expansión», Ballvé deverá votar contra a proposta a submeter hoje na AG, impedindo a desblindagem dos estatutos da cadeia de restauração, uma vez que a alteração necessita do voto favorável de 75% do capital presente, ou representado, na assembleia geral.

Nas últimas AG da empresa, a assistência ficou entre os 54,71% e os 54,94% do capital social, logo a decisão de voto da família Ballvé condiciona o resultado final da decisão.

Esta questão assume da desblindagem dos estatutos assume extrema importância, uma vez que as OPA do Grupo Zena e da Ibersol são condicionadas ao fim da limitação dos direitos de voto na empresa e da nomeação de administradores para a empresa.

Caso tal não se venha a verificar, o Grupo Zena e a Ibersol poderão retirar as suas propostas de forma legal, restando assim a oferta de aquisição da Permira (em conjunto com família Ballvé), que foi a primeira efectuada e a que oferece uma contrapartida para os accionistas de menor valor.