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Visabeira alarga peso na Vista Alegre e tira força à CGD e Portugal Ventures

A Vista Alegre Atlantis vai realizar um aumento de capital de 29 milhões de euros. A Visabeira, através da Cerutil, vai converter créditos e reforçar a sua participação accionista. Os restantes donos não vão participar na operação.

Vista Alegre
14 de Novembro de 2017 às 19:12
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A Caixa Geral de Depósitos e a Portugal Ventures vão perder força na estrutura accionista da Vista Alegre Atlantis. A justificação é o aumento de capital que a empresa vai fazer e através do qual a Visabeira vai ganhar ainda mais peso. A decisão vai ser tomada a 4 de Dezembro.

 

A Vista Alegre Atlantis, sociedade de gestora de participações sociais do grupo de produção, distribuição e venda de artigos de porcelana, vai realizar um aumento de capital de 29 milhões de euros. A operação é concretizada por 14 cêntimos por acção (8 cêntimos de preço, acrescido de um ágio -  prémio - de 6 cêntimos), segundo informações transmitidas em comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Grande parte deste aumento de capital, que passará pela emissão de cerca de 368 milhões de novas acções (que se vão juntar às 1,16 mil milhões existentes e que representam o capital da empresa), prende-se com a conversão de créditos da sua maior accionista, a Cerutil – Cerâmicas Utilitárias, que pertence à Visabeira. No caso da conversão de 50 milhões de euros em créditos, estão em causa 357 milhões de novas acções. Os restantes 10,6 milhões de títulos a emitir no reforço de capital são reservados a accionistas, ainda que os grandes accionistas de referência tenham já assumido que não vão participar na operação.

 

Em Junho deste ano, a Visabeira controlava 81,81% do capital da empresa, sendo que 76,88% é através da Cerutil, que agora converte 50 milhões de euros em crédito no âmbito do aumento de capital. A Portugal Ventures detinha 10,81%, sendo que a Caixa Geral de Depósitos tinha uma participação de 4,48% (3,63% directamente e o restante através do fundo de capital de risco do grupo bancário).

 

Só que, no aumento de capital, os principais accionistas abdicaram o direito de preferência, ou seja, anunciaram que não vão exercer os seus direitos para manter as suas participações relativas. Como referido, 357 milhões de novas acções são atribuídas à Cerutil e outras 10,6 milhões serão subscritas por outros accionistas ou pela própria Cerutil – se os accionistas que não abdicaram do direito, como pequenos investidores, não subscreverem os títulos. 

Conversão de créditos

"A entrada consiste em créditos, detidos pela Sociedade Ceturil – Cerâmicas Utilitárias, S.A. sobre a Sociedade VAA – Vista Alegre Atlantis, SGPS, S.A.. Na sua origem estes créditos derivam fundamentalmente de créditos (descobertos bancários, empréstimos e juros) contraídos directa e/ou indiretamente pelas Sociedades VAA - Vista Alegre Atlantis, SGPS, S.A. e Vista Alegre Atlantis, S.A. junto de diferentes bancos", explica o relatório da sociedade de revisores oficiais de contas na determinação do valor do aumento de capital. 


CGD poderá ficar com menos de 3,5% da Vista Alegre

 

Partindo do princípio em que apenas há subscrição das novas acções advindas da conversão de créditos, a Visabeira fica, sobretudo através da Cerutil, com 85,5% da Vista Alegre. A posição poderá ser ainda maior caso sejam, então, subscritas as outras novas acções. A Portugal Ventures vê a posição diluída para cerca de 8%, sendo que a CGD fica com 3,4%.

 

Nas mãos de pequenos investidores, dispersos em bolsa, permanecem 2,2% das acções da Vista Alegre, face aos 2,91% actuais.

 

Em mercado regulamento, as acções da empresa de porcelana têm uma negociação tímida, com uma muito reduzida liquidez, tendo encerrado esta terça-feira inalterada nos 14 cêntimos por acção.

 

"Reforçar o equilíbrio financeiro da empresa"

 

Para a operação avançar, é necessária a aprovação em assembleia-geral de 4 de Dezembro de três pontos: a designação do revisor oficial de contas que determinou a que acções a Cerutil tinha direito no âmbito da conversão de créditos; a deliberação sobre o aumento de capital em causa; a decisão da supressão do direito dos accionistas que abdicam de manter a sua participação relativa intacta.

 

"Entende o conselho de administração que, na actual situação do Grupo Vista Alegre Atlantis, a operação de aumento de capital se assume como o factor chave para reforçar o equilíbrio financeiro da empresa, dotando a sua estrutura com capacidade de solver os seus compromissos e permitindo o necessário investimento de expansão e substituição", avança o comunicado assinado pela administração à CMVM.

 

Nos primeiros nove meses do ano, a Vista Alegre Atlantis registou lucros de 1,87 milhões de euros, face aos prejuízos de 1,47 milhões registados no mesmo período de 2016. O capital próprio da empresa é de 32,8 milhões de euros, resultado de um activo de 173 milhões e de um passivo de 141 milhões. 2016 foi o primeiro ano, após cinco, em que a empresa apurou lucros. 

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