Notícia
Universal Music e Deezer acordam modelo para aumentar pagamentos no "streaming"
Segundo o Financial Times (FT), que noticiou primeiro o acordo, é esperado que este modelo represente um aumento de 10% nas remunerações de artistas no "streaming".
06 de Setembro de 2023 às 13:30
O grupo Universal Music e a plataforma francesa de "streaming" Deezer chegaram a um acordo para criar um modelo de remuneração "centrado nos artistas", anunciaram esta quarta-feira as duas entidades.
De acordo com um comunicado conjunto, o novo modelo, criado para "melhor remunerar os artistas", vai ser lançado em França no último trimestre de 2023, com mais mercados a juntarem-se no futuro.
"A colaboração para lançar um modelo centrado no artista é conduzida pelo reconhecimento de que o modelo atual de 'streaming' musical precisa de ser reimaginado. Embora o 'streaming' seja o avanço tecnológico mais significativo na música em muitos anos, uma enchente de 'uploads' sem interação relevante, incluindo conteúdo de ruído não-artístico, faz com que seja preciso reavaliar a abordagem que plataformas, editoras e artistas adotam para alimentar um ecossistema musical vibrante", pode ler-se no comunicado.
Segundo o Financial Times (FT), que noticiou primeiro o acordo, é esperado que este modelo represente um aumento de 10% nas remunerações de artistas no "streaming".
O novo modelo significa que um "artista profissional", ou seja, alguém com mais de mil 'streams' por mês por um mínimo de 500 ouvintes únicos, vai receber uma duplicação das receitas, havendo também um "double boost" ("impulso a dobrar", em tradução livre do inglês) para "canções com que os fãs interajam ativamente, reduzindo a influência económica da programação algorítmica".
O modelo agora definido também implica a "desmonetização" de conteúdo de ruído não-artístico, um género com milhões de horas de consumo nas várias plataformas de "streaming". Por exemplo, no Spotify, de acordo com a Bloomberg, em janeiro deste ano, "podcasts" de ambiente e ruído branco alcançavam três milhões de horas diárias de consumo e obtinham a remuneração correspondente, o que tem levado as plataformas a tomar medidas para reduzir - ou impedir - o seu consumo.
Segundo a Goldman Sachs, este ramo do "streaming", desde o ruído branco a "bots" e outros, gerou 900 milhões de euros em 'royalties', no ano passado.
O acordo entre a Universal e a Deezer abrange também o combate à fraude, "protegendo os 'royalties' de 'streaming' para os artistas".
Citado pelo FT, o presidente executivo da Deezer, Jeronimo Folgueira, disse que "isto significa uma mudança enorme na forma de funcionamento da indústria musical", sublinhando o quão "errado é que 30 segundos de uma máquina de lavar recebam o mesmo pagamento que o último 'single' do Harry Styles".
Apesar do crescimento exponencial do "streaming", através de plataformas como Spotify, Deezer, Apple Music ou Youtube Music, os criadores musicais não viram os pagamentos aumentar da mesma forma, com os detentores dos direitos a receberem cerca de cinco dólares (4,7 euros) por cada 1.000 "streams", como explica o FT, que indicou que a Universal está em negociações com Tidal, SoundCloud e Spotify para também aumentar os pagamentos aos artistas.
De acordo com um comunicado conjunto, o novo modelo, criado para "melhor remunerar os artistas", vai ser lançado em França no último trimestre de 2023, com mais mercados a juntarem-se no futuro.
Segundo o Financial Times (FT), que noticiou primeiro o acordo, é esperado que este modelo represente um aumento de 10% nas remunerações de artistas no "streaming".
O novo modelo significa que um "artista profissional", ou seja, alguém com mais de mil 'streams' por mês por um mínimo de 500 ouvintes únicos, vai receber uma duplicação das receitas, havendo também um "double boost" ("impulso a dobrar", em tradução livre do inglês) para "canções com que os fãs interajam ativamente, reduzindo a influência económica da programação algorítmica".
O modelo agora definido também implica a "desmonetização" de conteúdo de ruído não-artístico, um género com milhões de horas de consumo nas várias plataformas de "streaming". Por exemplo, no Spotify, de acordo com a Bloomberg, em janeiro deste ano, "podcasts" de ambiente e ruído branco alcançavam três milhões de horas diárias de consumo e obtinham a remuneração correspondente, o que tem levado as plataformas a tomar medidas para reduzir - ou impedir - o seu consumo.
Segundo a Goldman Sachs, este ramo do "streaming", desde o ruído branco a "bots" e outros, gerou 900 milhões de euros em 'royalties', no ano passado.
O acordo entre a Universal e a Deezer abrange também o combate à fraude, "protegendo os 'royalties' de 'streaming' para os artistas".
Citado pelo FT, o presidente executivo da Deezer, Jeronimo Folgueira, disse que "isto significa uma mudança enorme na forma de funcionamento da indústria musical", sublinhando o quão "errado é que 30 segundos de uma máquina de lavar recebam o mesmo pagamento que o último 'single' do Harry Styles".
Apesar do crescimento exponencial do "streaming", através de plataformas como Spotify, Deezer, Apple Music ou Youtube Music, os criadores musicais não viram os pagamentos aumentar da mesma forma, com os detentores dos direitos a receberem cerca de cinco dólares (4,7 euros) por cada 1.000 "streams", como explica o FT, que indicou que a Universal está em negociações com Tidal, SoundCloud e Spotify para também aumentar os pagamentos aos artistas.