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Uma "multinacional" 100% portuguesa

Lusomedicamenta fabrica para as maiores farmacêuticas mundiais e exporta para mais de 50 países. Tudo em Portugal, por portugueses

27 de Setembro de 2011 às 11:21
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Formas farmacêuticas | A empresa portuguesa fabrica cápsulas, comprimidos e xaropes.


A Lusomedicamenta representa um novo "tipo" de empresa multinacional. A nacionalidade da totalidade dos seus 220 trabalhadores é portuguesa, e as duas unidades de fabrico são todas localizadas em Portugal (em Queluz e na Póvoa de Santo Adrião). O seu negócio, no entanto, está espalhado por mais de 50 países, localizados nos cinco continentes.

"O que costumo dizer é que somos uma empresa com todos os processos e metodologias das multinacionais, mas com o cunho de sermos 100% nacionais". É desta forma que a a responsável pela área de desenvolvimento de negócio, Joaquina Couto, descreve o negócio da Lusomedicamenta.

A empresa é especializada no fabrico de formas farmacêuticas ("cápsulas, comprimidos, xaropes, etc...", como explica Joaquina Couto) e fá-lo em duas modalidades: o fabrico para terceiros e o fabrico de marca própria - modalidade menos desenvolvida no negócio da empresa.

Onde a Lusomedicamenta "se destaca em termos de exportação" é no fabrico para terceiros, adianta a responsável. Dos 50 milhões de euros de facturação consolidada atingidos em 2010, 75% foi proveniente da exportação. Para 2011 a previsão é a de aumentar a facturação.

Entre os clientes contam-se a grande maioria dos "tubarões" mundiais do mundo farmacêutico, que Joaquina Couto prefere "não citar", mas que facilmente se identificam no "site" oficial da empresa.

Para "capturar" esse "peixe graúdo" a empresa conta como principal arma com o facto de fornecer um serviço completo, ou "chave-na-mão". "Dentro do processo do medicamento nós fazemos toda a gestão", avança Joaquina Couto.

"Quando temos um novo medicamento, tudo é auditado, testado em termos do próprio processo de fabrico, tem que ser validada a capacidade de produzirmos ou não esse medicamento, se com a qualidade que ele exige", explica, orgulhosamente, a responsável, que adianta mesmo: "Aliado a isso nós temos tido a capacidade de quase prolongar o ciclo de vida dos medicamentos dos nossos clientes".

50 países; cinco continentes
Na facturação da empresa, os mercados espanhol, inglês, belga e francês assumem preponderância, mas a sua presença espalha-se pelos cinco continentes.

Joaquina Couto assume a estratégia da empresa de estar numa procura "constante em termos de identificação de novos mercados", mas refere que "exportar medicamentos não é a mesma coisa que exportar alimentos". Não é. Mas, a avaliar pelos resultados, parece.






Perguntas a...






Joaquina Couto

Responsável pela área de Desenvolvimento de Negócio da Lusomedicamenta






"Nenhuma actividade consegue sobreviver num mercado de 10 milhões de habitantes"


Quanto facturou a empresa em 2010, e quanto prevê facturar em 2011?
No ano de 2010 a nossa facturação consolidada foi de 50 milhões de euros. Em 2011 perspectivamos um valor superior a este.

A exportação de medicamentos obedece a regras especialmente rigorosas...
Muito rigorosas. E, de facto, nisso nós temo-nos destacado e é com orgulho que nós temos este portefólio de clientes. Penso que a base de sucesso da nossa empresa é a elevada competência dos nossos colaboradores. Para ter uma ideia, mais de 37% dos nossos colaboradores, actualmente, tem licenciaturas ou doutoramentos.

A decisão de entrar em novos mercados surge desde o início, em 2004?
Sim. Porque, no fabrico de medicamentos para terceiros, o nosso objectivo foi sempre procurar estas multinacionais que têm todos os medicamentos que são sobejamente conhecidos por nós a nível mundial. E nós acreditámos sempre que tínhamos os processos e os recursos físicos e humanos para darmos soluções e sermos competitivos para estes potenciais clientes. E porque quase sector nenhum de actividade, com 10 milhões de habitantes como mercado, consegue sobreviver e ser rentável.

Têm conseguido contornar a crise?

Contornar é complicado. Estamos todos a ressentir-nos de toda esta incógnita. Obviamente que na parte de fabrico para terceiros o impacto potencialmente poderá ser menor, porque estamos a exportar para destinos distintos, dispersando o risco. Há mercados que estão em sentido descendente, mas há outros que estão em sentido ascendente e poderá haver aqui uma lei da compensação.






Ideias-chave

A decisão da lusomedicamenta de exportar surgiu logo no início. Em desenvolvimento está a exportação da sua marca


1. lUSOMEDICAMENTA NASCEU HÁ SEIS ANOS
Em 2004, um grupo de empresários portugueses adquiriu uma unidade fabril que se encontrava em dificuldades (Janssen-Cilag Pharmaceutical). A unidade ia fechar, e este grupo de empreendedores abraçou este novo projecto, tornando a empresa num fornecedor das principais farmacêuticas mundiais.

2. começar... exportando
A decisão de fabricar para outros países surge no momento em que a empresa é constituída. A dimensão do mercado português e a intenção de início de procurar as grandes multinacionais motivaram a decisão. Hoje, a Lusomedicamenta está presente em mais de 50 países, distribuídos por cinco continentes.

3. Decisão de fabricar marca própria
Atendendo a uma estratégia de diversificação do negócio, a Lusomedicamenta produz igualmente produtos de marca própria, fazendo uso dos recursos e "know-how" de que dispõe.

4. Novos destinos (sempre) em estudo
A política da empresa é de estar em constante avaliação de potenciais novos mercados. Os PALOP, países árabes e do Norte de África estão entre os destinos mais recentes da sua produção.

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