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Uma excecional corrida por pontos valeu a prata olímpica a Iúri Leitão

Campeão mundial em título, Leitão perdeu apenas para Benjamin Thomas, o francês que tinha batido nos últimos Campeonatos do Mundo, ao somar 153 pontos, menos 11 do que o novo campeão olímpico. O belga Fabio van den Bossche (131) foi terceiro.

08 de Agosto de 2024 às 21:00
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A prata recompensou a tenacidade de Iúri Leitão, que, depois de um início em 'falso', foi excecional na corrida por pontos, para sagrar-se vice-campeão olímpico de omnium em Paris2024, na estreia do ciclismo de pista no masculino nos Jogos.

Quinze anos depois do nascimento do ciclismo de pista em Portugal, o jovem vianense inscreveu o seu nome no 'Olimpo' português, conquistando a primeira medalha na vertente e a segunda na modalidade, precisamente duas décadas depois de Sérgio Paulinho alcançar a prata na prova de fundo de Atenas2004.

Campeão mundial em título, Leitão perdeu apenas para Benjamin Thomas, o francês que tinha batido nos últimos Campeonatos do Mundo, ao somar 153 pontos, menos 11 do que o novo campeão olímpico. O belga Fabio van den Bossche (131) foi terceiro.

Depois de sair do scratch em sétimo, o ciclista de 26 anos protagonizou uma excecional recuperação, nomeadamente na corrida por pontos, na qual subiu de terceiro a segundo e chegou a sonhar mais alto, mas foi derrotado por um Thomas, a correr em casa, que hoje foi mais forte, apesar de, inclusive, ter caído.

Antes da estreia olímpica de Portugal em masculinos no ciclismo de pista, o vianense parecia descontraído: equipou-se tranquilamente, bebeu água ao som da música e foi aguardando o momento de entrar em pista, umas vezes sozinho, outras acompanhado pelo massagista Ricardo Pereira, o mecânico Hugo Vasconcelos ou o selecionador Gabriel Mendes.

No scratch, disciplina em que é o campeão europeu em título e na qual é o único homem a conquistar três ouros continentais, Leitão foi seguindo na roda do francês, antes de atacar quando estavam decorridas 13 voltas, 'comandando' a prova durante as quatro seguintes.

O português haveria de ser alcançado e surpreendido, depois, por uma iniciativa protagonizada pelo ciclista da casa, além de Niklas Larsen, Van den Bossche, Jan Willem van Schip e Kazushige Kobuki à qual não se conseguiu juntar, apesar de ter 'liderado' a perseguição, acabando a uma volta dos cinco.

Sétimo no scratch, com 28 pontos, atrás do britânico Ethan Hayter, também 'dobrado', Leitão começou melhor a corrida por tempo, mas Van den Bossche isolou-se e foi o primeiro a dar uma volta ao pelotão.

Atento, o português sucedeu ao belga e distanciou-se dos restantes homens que o precediam na geral para dar-lhes uma volta de avanço e ser segundo na corrida de ritmo, somando 38 pontos, para subir a terceiro na classificação a meio do concurso.

Na eliminação, os adversários na luta pelo pódio foram caindo antes do português, nomeadamente Niklas Larsen, então segundo, embora Leitão fosse parecendo em dificuldades, sendo obrigado várias vezes a um esforço extra.

Thomas chegou a parecer 'fora' antes do pistard luso, mas Fernando Gaviria passou na faixa azul e foi eliminado na vez do francês.

Leitão acabaria por ser novamente sétimo, depois de não ter ouvido o sino, somando 28 pontos numa prova ganha por Hayter, e conseguindo segurar o terceiro lugar na geral, com 94, agora atrás de Van den Bossche (106) e Thomas (96).

A sempre decisiva corrida por pontos hoje sê-lo-ia ainda mais para a Missão portuguesa, que, à entrada para a última prova, já sonhava com uma medalha, a sua segunda nestes Jogos.

A ansiedade era muita entre os portugueses e, por momentos, Leitão 'perdeu' mesmo o pódio, ao ser ultrapassado pelo alemão Tim Teutenberg. Depois, voltou a não acompanhar a iniciativa de Thomas e teve de perseguir, mas conseguiu alcançar o grupo do francês e pontuar, para recuperar o terceiro lugar, ao dobrar o 'pelotão'.

O português continuou a pontuar até ficar a apenas dois do belga e um do francês, que conseguiu destacar-se enquanto os outros dois se iam 'empatando', antes de cair a 25 voltas do final -- o vianense esperou para ver se Thomas reentrava no grupo, nem indo sprintar.

O duo luso-francês conseguiu, depois, isolar-se e discutir entre si as duas principais medalhas, com o francês a levar a melhor no duelo pelo ouro, mas a não impedir uma explosão de alegria na Missão portuguesa.



AMG // AJO

Lusa/Fim
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