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Um "guerreiro" na "liderança", na "criação" e na "reflexão": as reações à morte de Soares dos Santos

A morte de Alexandre Soares dos Santos suscitou uma catadupa de reações, desde Marcelo Rebelo de Sousa a Cavaco Silva, passando pela CIP e pela UGT. Veja aqui o que disseram sobre o desaparecimento de um dos maiores empresários portugueses.

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Principais activos: Jerónimo Martins
Miguel Baltazar/Negócios
Negócios jng@negocios.pt 17 de Agosto de 2019 às 12:39
Alexandre Soares morreu esta sexta-feira à noite com 84 anos, vítima de doença prolongada. Fonte próxima da família disse à Lusa que as cerimónias fúnebres serão "reservadas à família, por vontade expressa" de Alexandre Soares dos Santos. "Haverá um momento público de homenagem em data a anunciar", adiantou a fonte.

Desde a notícia da sua morte sucederam-se as reações. Eis aqui uma súmula do que foi sendo publicado pela agência Lusa. 

Marcelo Rebelo de Sousa: uma "personalidade singular"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enalteceu o "relevante papel na vida económica, social e cultural portuguesa" do empresário Alexandre Soares dos Santos, que morreu hoje, aos 84 anos.

Numa nota publicada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa "evoca a personalidade singular" do antigo presidente do grupo Jerónimo Martins. "Pessoalmente consternado", Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta na mensagem que apresenta "à família muito sentidas condolências".


Pedro Siza Vieira: "um grande líder empresarial"

O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou que com a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos se perdeu "um grande líder empresarial", mas que a sua obra e memória serão sempre recordadas. "Com a morte de Alexandre Soares dos Santos, perdeu-se um grande líder empresarial, com um perfil multifacetado e um percurso incontornável na História recente de Portugal. Ao longo dos anos, transformou uma empresa familiar num dos maiores grupos empresariais portugueses, apostando sempre na formação de quadros, nas parcerias empresariais, na inovação e na internacionalização como suportes de uma estratégia de crescimento sustentado", refere Siza Vieira em comunicado.

Jaime Gama: "um espírito livre" 
O presidente do conselho de administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), Jaime Gama, considerou hoje a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos como "uma grande perda" para a economia e para o mecenato no país. Para Jaime Gama, Alexandre Soares dos Santos "era um espírito livre que gostava de apresentar com frontalidade todas as suas ideias e que se manteve até ao fim da vida com uma incansável energia, a refletir não só sobre o horizonte estratégico do seu grupo empresarial como também sobre as questões relevantes do país, da Europa e do mundo".

"Na Fundação Francisco Manuel dos Santos tivemos sempre a sua presença interveniente, o estímulo para trilhar caminhos de independência, julgamento crítico, objetividade e incentivo ao debate de ideias", acrescentou o antigo presidente da Assembleia da República e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.


UGT: "um empresário que criou muitos empregos"

O Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou "lamentável" a morte, na sexta-feira, do empresário Alexandre Soares dos Santos, enaltecendo o seu mérito empresarial e a relação de proximidade com os seus trabalhadores. Ressalvando não ter uma relação próxima com o empresário, Carlos Silva disse reconhecer, no entanto, o mérito profissional de Soares dos Santos: "Foi um empresário que criou muitos postos de trabalho e uma relação de proximidade com aqueles a quem dava emprego", disse, destacando ainda o facto de a sua morte ter ocorrido já depois de o empresário ter deixado a sua família à frente do seu projeto empresarial. Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, também em declarações à Lusa, apresentou condolência à família do empresário, mas escusou-se a mais comentários.


APED: "decisivo para a modernização do setor"

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) destacou hoje que Alexandre Soares dos Santos, que morreu na sexta-feira, aos 84 anos, teve "um contributo decisivo para a modernização do setor" e da "atividade empresarial" nacional. Para a APED, Soares dos Santos deixou um "legado que vai além das empresas". A associação recorda ainda o empresário como um "cidadão socialmente empenhado", que deixa "um legado que vai além das empresas, como provam as diversas iniciativas que lançou para mobilizar a sociedade civil".

Cavaco Silva: "uma das vozes mais conscientes das fragilidades e capacidades" do país

O ex-Presidente da República Cavaco Silva afirmou hoje que "a visão estratégica de Alexandre Soares dos Santos fará muita falta" e que, com a sua morte, se "perde uma das vozes mais conscientes das fragilidades e capacidades" de Portugal. "Com a morte de Alexandre Soares dos Santos, Portugal perde a sua ímpar capacidade de liderança empresarial, mas perde simultaneamente uma das vozes mais conscientes das fragilidades e das capacidades do país, sempre acutilante e desassombrado na sua análise. A sua visão estratégica fará muita falta", afirma Aníbal Cavaco Silva, numa declaração escrita enviada à Lusa. Para o ex-Presidente da República, "Soares dos Santos soube dar um impulso extraordinário ao grupo empresarial da sua família, mas manteve em cada momento a vontade de contribuir para o bem comum, a igualdade de oportunidades, a justiça social e o progresso do nosso país".


CIP: um "guerreiro e "criador de riqueza"

O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, lamentou hoje a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, descrevendo-o como um "guerreiro" e criador de riqueza e de emprego no país. "Foi um grande criador de riqueza e de emprego, defensor da iniciativa privada e dos empresários", salientou António Saraiva.

Para o presidente da CIP, Alexandre Soares dos Santos "toda a vida pautou as suas atitudes por rigor e exigência na vida privada e empresarial, que fizeram com que a empresa familiar que liderava se transformasse num grande grupo que hoje é a Jerónimo Martins, com preocupações sociais, e obra social e cultural vasta". Recorda-o ainda como "um homem acutilante, assertivo e por vezes polémico, mas interessado pelo seu país, e que nos deixa mais pobres".

AIP: "um dos maiores empregadores da economia nacional"

A Associação Industrial Portuguesa (AIP) lamentou hoje a morte do "grande empresário" Alexandre Soares dos Santos, numa nota à imprensa em que destaca a "forma acutilante e corajosa" das suas intervenções na reflexão e discussão pública. Soares dos Santos "é uma das maiores referências do empresariado português e um dos maiores investidores e empregadores da economia nacional", lê-se na nota. "Além de ter constituído o maior grupo empresarial português, distinguiu-se pela forma acutilante e corajosa como intervinha na reflexão e discussão da política económica e social do país", acrescenta o texto, assinado pelo presidente da AIP, José Eduardo Carvalho. 


Rui Nabeiro: um homem que quis "prestar serviço à comunidade" 

O presidente do Grupo Nabeiro, Rui Nabeiro, disse sentir-se "muito triste" com a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, um empresário que tinha a ambição de "prestar serviço à comunidade". "Eu conhecia-o bem, éramos amigos, e era meu cliente. Havia muita consideração de parte a parte. Sinto muita tristeza. É o caminho de todos, é certo, mas há homens, que, dada a sua atitude, deveriam permanecer mais tempo entre nós", comentou. Para Rui Nabeiro, o antigo presidente da Jerónimo Martins "é quase um caso único, no trabalho de retalho e de representação muito digno. Um homem com força, vontade e capacidade". "Ele pensava sempre no amanhã, e em querer fazer melhor e mais, não por uma ambição apenas de querer ter, mas de prestar serviço à comunidade", acrescentou, sobre o empresário que morreu na sexta-feira.

Horta Osório: uma "visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis" 

O presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, destacou a "visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis" de Alexandre Soares dos Santos, que aliou o sucesso empresarial a uma "forte vontade de contribuir para o desenvolvimento do país". "Alexandre Soares dos Santos foi um empresário com uma visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis na maneira como conduziu os negócios da sua família ao longo dos últimos 50 anos", considerou o 'CEO' do Lloyds Bank numa declaração escrita enviada à agência Lusa. Segundo o banqueiro, "sempre com enorme foco na constituição e desenvolvimento de bons quadros", o antigo presidente da Jerónimo Martins, que morreu na sexta-feira, aos 84 anos, "tornou o seu grupo líder na distribuição em Portugal e na Polónia".

CSP: "foi decisivo para a modernização da economia portuguesa"

A Confederação dos Serviços de Portugal salientou o "ímpar percurso" empresarial e de cidadania do antigo presidente da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, que morreu na sexta-feira em Lisboa, aos 84 anos. "Enaltecemos o ímpar percurso empresarial e de cidadania de um Homem que procurou estar sempre à frente do seu tempo", lê-se numa nota da Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) enviada à Lusa. "O seu percurso empresarial foi decisivo para a modernização da economia portuguesa, a sua personalidade tornou-o numa voz respeitada e o seu dinamismo foi indispensável para a criação de um grupo que é hoje uma referência internacional", acrescenta a confederação.

 

CDS: "um dos empresários mais emblemáticos e marcantes"
O CDS-PP salientou hoje a "forte personalidade" de Alexandre Soares dos Santos, que morreu na sexta-feira em Lisboa, aos 84 anos, reconhecendo-o como "um dos empresários mais emblemáticos e marcantes nos últimos 50 anos em Portugal". "O CDS-PP lamenta a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos e destaca o papel relevante que, desde cedo, teve na economia, na sociedade e na cultura portuguesas", sublinham os democratas-cristãos, em comunicado.

Para os centristas, Alexandre Soares dos Santos destacava-se "pela presença imponente que não deixava ninguém indiferente", recordando que era "alguém que levou a sério a responsabilidade social".


Rui Rio: um empresário que deixou "um grande legado" 

O presidente do PSD lamentou a morte de Alexandre Soares dos Santos, um dos empresários que considera terem marcado uma época em Portugal. Rui Rio lembrou que a morte do antigo presidente da Jerónimo Martins (JM) se seguiu à de Belmiro de Azevedo e à de Américo Amorim, "três empresários que marcaram uma época em Portugal, que desapareceram, que deixaram um grande legado". "Agora, temos é de ter empresários de qualidade que possam continuar este trabalho que eles fizeram e outros trabalhos que o país precisa para poder progredir", afirmou aos jornalistas, em Viseu.


Gulbenkian: um "visionário" e uma "figura ímpar do mundo empresarial e da filantropia"

O Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian lamentou hoje a morte do empresário Alexandre Soares dos Santos, considerando-o um "visionário" e uma "figura ímpar do mundo empresarial e da filantropia". "Soares dos Santos foi um empresário visionário, que criou um grupo com dimensão internacional, mas foi também um homem que nunca abdicou das suas convicções e da sua intervenção cívica pelo futuro do país e dos portugueses", refere a Fundação Calouste Gulbenkian, em comunicado à imprensa.

 

(Notícia em atualização)


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