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UBS chega a acordo com vítimas de Madoff

O representante das vítimas de Madoff chegou a acordo com o UBS no âmbito de um processo em que o banco suíço era acusado de ter ocultado o esquema de Ponzi orquestrado por Bernard Madoff.

07 de Dezembro de 2010 às 09:46
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Irving Picard, que representa um vasto grupo de vítimas de Madoff (na foto), intentou um processo em tribunal contra o UBS, acusando o banco suíço de ter escondido a fraude, mas já chegou a um acordo no âmbito do qual este pagará cerca de 500 milhões de dólares aos lesados.

“O acordo com o UBS é o de maior envergadura conseguido até agora com uma entidade de captação de fundos e constitui o primeiro acordo com um grande banco”, informou Picard em comunicado citado pelo “Expansión”.

O acordo extrajudicial, que será de um mínimo de 470 milhões de dólares, mas que poderá chegar aos 500 milhões, foi alcançado com o banco suíço e com a entidade M-Investment Limited, localizada nas ilhas Caimão e que, conforme explicou Picard, foi criada pelo UBS com o único fim de investir em activos de Madoff.

Esta notícia é veiculada numa altura em que Picard se tem desdobrado com acções em tribunal contra várias entidades, entre elas o HSBC (ao qual reclama 9.000 milhões de dólares), JP Morgan (6.400 milhões) e Blue Star Investors (20.000 milhões).

Estes processos em tribunal estão a ser apresentados quando já resta pouco tempo para que vença o prazo de dois anos de que dispõem as autoridades para tratarem de reunir fundos para indemnizar as vítimas de fraude, salienta o “Expansión”.

A gigantesca fraude do ex-presidente da Nasdaq

Recorde-se que Madoff, o fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro de 2008, depois de ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que foi o maior esquema de Ponzi da história – estando avaliado em 50 mil milhões de dólares.

Ao atrair os investidores para o seu fundo, este gestor e ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq cometeu a maior fraude piramidal de sempre, lesando milhares de investidores e tendo impacto também em Portugal.

Madoff, actualmente com 72 anos, foi sentenciado a uma pena de 150 anos de prisão, depois de ter ficado provado que, de facto, montou um esquema piramidal em que prometeu aos investidores iniciais sólidos retornos – que foi pagando com o dinheiro dos participantes mais tardios. A determinada altura, deixou de haver dinheiro e o esquema estoirou.

Entre os clientes de Madoff contavam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e investidores privados.

O UBS foi acusado de ter recebido comissões por ter promovido e gerido dinheiro do esquema de Madoff.

O fundo de Madoff valia apenas uma fracção daquilo que proclamava e Madoff apoiou-se em “fundos de alimentação” – como o que era gerido pelo UBS – para atrair o capital dos novos investidores.

“O esquema de Madoff não poderia ter ido em frente se o UBS não tivesse concordado em ‘fazer vista grossa’ e em fingir que estava a garantir a existência de activos e operações, quando na verdade nunca o fez”, comentou à “BBC News” David Sheehan, advogado em nome de Irving Picard, no passado dia 24 de Novembro.

A acção judicial intentada contra o banco suíço defendia que o UBS embolsou cerca de 80 milhões de dólares em comissões, durante vários anos, pelo seu trabalho para Madoff.

“O UBS escolheu permitir a fraude de Madoff, só para ganhar dinheiro”, acusou Picard, que, ao intentar mais 19 processos contra outros “fundos de alimentação”, pretende recuperar 17,5 mil milhões de dólares. Ao UBS estavam a ser exigidos dois mil milhões de dólares.

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