Notícia
Trabalhadores da Efacec em greve para exigir demissão da administração
A greve vai decorrer entre as 14:00 e as 16:00, com uma concentração na portaria da sede da Efacec, no polo da Arroteia, em São Mamede de Infesta, Matosinhos.
10 de Novembro de 2021 às 09:51
Os trabalhadores da Efacec estão esta quarta-feira em greve de duas horas, exigindo ao Governo a compra de matérias primas e a demissão da administração, mostrando-se ainda contra a reprivatização da empresa.
A greve vai decorrer entre as 14:00 e as 16:00, com uma concentração na portaria da sede da Efacec, no polo da Arroteia, em São Mamede de Infesta, Matosinhos.
Em 28 de outubro, os trabalhadores decidiram, em plenário, avançar para a greve, após uma paragem forçada de vários setores da empresa, que atua nos setores da energia, engenharia e mobilidade, por falta de verbas para adquirir matérias-primas.
Dias antes, em 22 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) tinha já reclamado a intervenção do Governo, enquanto "dono da Efacec", para garantir que a empresa dispõe das matérias-primas necessárias para retomar a atividade com normalidade.
"O Estado, como dono da empresa, deve assumir o controlo da empresa com transparência e deve comprar matérias-primas para pôr a Efacec a trabalhar e a satisfazer as encomendas que tem em carteira", defendeu o dirigente do Site-Norte Miguel Moreira, em declarações à agência Lusa, no dia 04 de novembro.
De acordo com o dirigente sindical, a "falta de dinheiro para pagar aos fornecedores e para comprar matérias-primas é uma situação recorrente na Efacec, que se vem arrastando há muito tempo, mas nos últimos meses agravou-se", levando à paragem de vários setores da empresa.
"Isto é algo que nós estranhamos bastante, porque não pretendemos que o Governo ponha lá dinheiro e que não queira saber para onde ele vai. Isto é uma empresa do Estado e o que nós defendemos é que a Efacec deve continuar na esfera do Estado e o Governo disponibilizar uma verba para comprar matérias-primas, mas ter o controlo dessa verba e fiscalizar para onde vai o dinheiro", afirmou Miguel Moreira.
Salientando que sindicatos e trabalhadores estão "muito preocupados e apreensivos", o dirigente do Site-Norte vincou que "a Efacec, assim, não vai lá" e admite: "Se calhar, a intenção do Governo -- como já aconteceu com outras privatizações - é pôr a Efacec numa situação difícil, fragilizada, para depois vender isto por 'tuta e meia'".
No entanto, o Site-Norte sustentou que "a Efacec não é uma empresa qualquer" e "faz falta ao país e, em particular, ao Norte", podendo "produzir para o mercado nacional e internacional e contribuir para o Orçamento do Estado, tenha o Governo vontade para que efetivamente isso aconteça".
"Agora, parece-me que temos um Governo a assobiar para o lado, a fazer de conta", lamentou, revelando que "há já um mês e tal" foi pedida pelo sindicato uma reunião aos ministérios da Economia e do Trabalho, "com o conhecimento da Parpública", mas "o Governo ainda não teve tempo para dizer quando essa reunião vai acontecer".
Miguel Moreira questiona "onde é que está o dinheiro" do financiamento de 70 milhões de euros que o Estado assegurou junto da banca e pede respostas "ao ministro da Economia e ao primeiro-ministro".
Quanto a eventuais dúvidas quanto à capacidade para a empresa -- cujos resultados financeiros se terão deteriorado muito em julho e agosto -- para assegurar o pagamento dos salários nos próximos meses, o dirigente sindical é taxativo: "Nem admitimos que essa questão seja colocada".
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído antes do final do ano, tendo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou a terceira fase do processo de reprivatização, admitindo a participação dos dois grupos que apresentaram propostas vinculativas -- DST SGPS e Sing -- Investimentos Globais -- sido publicada em 08 de setembro em Diário da República.
Ao jornal Público, a Parpública adiantou que a terceira fase de negociações "iniciou-se no passado dia 28 de setembro, com diversos encontros com os investidores interessados na aquisição da referida participação social, devendo as propostas finais ser recebidas dentro de cerca de três semanas".
A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso 'Luanda Leaks', no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.
A greve vai decorrer entre as 14:00 e as 16:00, com uma concentração na portaria da sede da Efacec, no polo da Arroteia, em São Mamede de Infesta, Matosinhos.
Dias antes, em 22 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) tinha já reclamado a intervenção do Governo, enquanto "dono da Efacec", para garantir que a empresa dispõe das matérias-primas necessárias para retomar a atividade com normalidade.
"O Estado, como dono da empresa, deve assumir o controlo da empresa com transparência e deve comprar matérias-primas para pôr a Efacec a trabalhar e a satisfazer as encomendas que tem em carteira", defendeu o dirigente do Site-Norte Miguel Moreira, em declarações à agência Lusa, no dia 04 de novembro.
De acordo com o dirigente sindical, a "falta de dinheiro para pagar aos fornecedores e para comprar matérias-primas é uma situação recorrente na Efacec, que se vem arrastando há muito tempo, mas nos últimos meses agravou-se", levando à paragem de vários setores da empresa.
"Isto é algo que nós estranhamos bastante, porque não pretendemos que o Governo ponha lá dinheiro e que não queira saber para onde ele vai. Isto é uma empresa do Estado e o que nós defendemos é que a Efacec deve continuar na esfera do Estado e o Governo disponibilizar uma verba para comprar matérias-primas, mas ter o controlo dessa verba e fiscalizar para onde vai o dinheiro", afirmou Miguel Moreira.
Salientando que sindicatos e trabalhadores estão "muito preocupados e apreensivos", o dirigente do Site-Norte vincou que "a Efacec, assim, não vai lá" e admite: "Se calhar, a intenção do Governo -- como já aconteceu com outras privatizações - é pôr a Efacec numa situação difícil, fragilizada, para depois vender isto por 'tuta e meia'".
No entanto, o Site-Norte sustentou que "a Efacec não é uma empresa qualquer" e "faz falta ao país e, em particular, ao Norte", podendo "produzir para o mercado nacional e internacional e contribuir para o Orçamento do Estado, tenha o Governo vontade para que efetivamente isso aconteça".
"Agora, parece-me que temos um Governo a assobiar para o lado, a fazer de conta", lamentou, revelando que "há já um mês e tal" foi pedida pelo sindicato uma reunião aos ministérios da Economia e do Trabalho, "com o conhecimento da Parpública", mas "o Governo ainda não teve tempo para dizer quando essa reunião vai acontecer".
Miguel Moreira questiona "onde é que está o dinheiro" do financiamento de 70 milhões de euros que o Estado assegurou junto da banca e pede respostas "ao ministro da Economia e ao primeiro-ministro".
Quanto a eventuais dúvidas quanto à capacidade para a empresa -- cujos resultados financeiros se terão deteriorado muito em julho e agosto -- para assegurar o pagamento dos salários nos próximos meses, o dirigente sindical é taxativo: "Nem admitimos que essa questão seja colocada".
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído antes do final do ano, tendo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou a terceira fase do processo de reprivatização, admitindo a participação dos dois grupos que apresentaram propostas vinculativas -- DST SGPS e Sing -- Investimentos Globais -- sido publicada em 08 de setembro em Diário da República.
Ao jornal Público, a Parpública adiantou que a terceira fase de negociações "iniciou-se no passado dia 28 de setembro, com diversos encontros com os investidores interessados na aquisição da referida participação social, devendo as propostas finais ser recebidas dentro de cerca de três semanas".
A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso 'Luanda Leaks', no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.