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Todos os motoristas portugueses devem passar fronteira inglesa até final do dia, diz Antram

A Associação de Transportadores Rodoviários de Mercadorias diz que terão de ser assumidas as responsabilidades políticas pela situação vivida pelos motoristas nos últimos dias e, também, pelas consequências sofridas pelas empresas.

EPA
26 de Dezembro de 2020 às 14:42
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A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) disse este sábado acreditar que todos os motoristas portugueses retidos em Dover, Reino Unido, passem a fronteira inglesa com França até ao final do dia e diz que "terão de ser assumidas as responsabilidades políticas" pela situação.

"Nós acreditamos que de manhã, às primeiras horas da manhã, ainda mais de 100 motoristas não tinham passado a fronteira. Neste momento acreditamos que até ao final do dia todos os motoristas terão passado a fronteira e estarão em trânsito para as suas localidades", disse à Lusa o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida.

"A última informação que tínhamos é que, até ao final do dia de hoje, a situação estará regularizada, mas que ainda não está", acrescentou o responsável.

Na opinião do também advogado, "terão de ser assumidas as responsabilidades políticas" pela situação vivida pelos motoristas nos últimos dias e, também, pelas consequências sofridas pelas empresas.

O porta-voz da associação patronal lembrou que a França decidiu proibir a entrada de pessoas provenientes do Reino Unido para fazer face a uma nova estirpe do SARS-CoV-2, 70% mais contagiosa, porém, "nos 3.000 testes havia apenas três a cinco motoristas infetados".

"Depois sucederam-se convívios entre motoristas, como é normal, depois de estarem ali retidos e, portanto, cumpre perguntar se esses motoristas entretanto se infetaram todos uns aos outros - perante estes testes negativos que, como sabemos, não correspondem ao período de incubação - quem é que vai assumir a responsabilidade política, se houver muito mais motoristas infetados a trazer essa nova estirpe para a Europa continental, coisa que não aconteceria se estes motoristas estivessem em trânsito dentro dos seus próprios camiões", questionou Matias de Almeida.

"É obvio que, agora, com o regularizar da situação, o desfoque neste caso vai acontecer, mas isso nem sequer atribui às empresas melhores condições económicas, face ao prejuízo que tiveram com esta situação, nem, por outro lado, coloca estas pessoas a passar o Natal com as suas famílias", concluiu.

O tráfego de camiões entre o Reino Unido e a França foi suspenso durante 48 horas na sequência da deteção em território britânico de uma variante do SARS-CoV-2 que pode ser até 70% mais contagiosa.

Na quarta-feira, a França abriu a fronteira, mas exige que os motoristas tenham um teste covid-19 negativo para entrar no seu território.

Calcula-se que cerca de 300 motoristas portugueses tenham ficado retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, entre os milhares de várias nacionalidades.

O governo britânico prometeu que os 'ferries' que cruzam o Canal da Mancha iriam funcionar no dia de Natal e este sábado, para aliviar o caos no porto de Dover.
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