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Taxa de açúcar subiu preços, mas consumo manteve-se

Os produtores de bebidas açucaradas aproveitaram a introdução do imposto para aumentar os preços acima do valor da taxa, mas o consumo destes produtos não diminuiu.

Kiyoshi Ota/Bloomberg
19 de Agosto de 2019 às 09:25
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A introdução do imposto adicional sobre as bebidas açucaradas levou a que os produtores aumentassem os preços acima do valor da taxa, mas não fez com que os consumidores comprassem menos destes produtos. A conclusão é de um estudo publicado pelo Gabinete de Estratégia e Estudo do Ministério da Economia, citado pelo Jornal de Notícias, esta segunda-feira, 19 de agosto.

A análise é levada a cabo pelos economistas Judite Gonçalves e João Pereira dos Santos, da Nova School of Business and Economics e conclui, por exemplo, que nos casos das bebidas em que houve alteração da fórmula para diminuir o teor de açúcar abaixo de 80 grama/litro, o preço aumentou, em média, 15 cêntimos. Isto quando a taxa sobre estes refrigerantes foi de dez cêntimos, incluindo o IVA.

O estudo ressalva que a subida mais pronunciada dos preços das bebidas nesta categoria, onde se incluem marcas como a Fanta e a 7Up, "pode refletir, em parte, os custos adicionais relacionados com a reformulação do produto, reembalagem e reposicionamento da marca".

Tal como nas bebidas com médio teor de açúcar, também no caso das que têm pouco açúcar houve uma subida dos preços superior à da taxa. "Em relação às bebidas com baixo teor de açúcar, os preços aumentaram em média 15-16 cêntimos por litro, o que corresponde novamente a mais do que o valor do imposto (8 cêntimos), refere o estudo.

Já no caso das bebidas com alto teor de açúcar, como a Coca-Cola e Red Bull, os produtores passaram praticamente a totalidade do custo do imposto para o consumidor, mas não ultrapassaram o valor da taxa.

Ao mesmo tempo que se verifica esta tendência, não se registou uma diminuição das compras destes produtos. "A procura pela maior parte dos refrigerantes parece ser inelástica", aponta o estudo.

Esta taxa foi introduzida em fevereiro de 2017. Inicialmente, era cobrada uma taxa de 16 cêntimos por litro nas bebidas com mais de 80 gramas e de oito cêntimos por litro para os refrigerantes com um valor de açúcar inferior. No último Orçamento do Estado foram introduzidos dois novos escalões da taxa, reduzindo a carga fiscal sobre algumas bebidas com menos de 80 gramas de açúcar por litro e agravando as que têm mais.
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