Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Submarinos: Defesa dos alemães diz que processo é "equívoco nacional"

A defesa dos arguidos alemães no julgamento do caso das contrapartidas pela aquisição por Portugal de dois submarinos a uma empresa germânica considerou hoje o processo "um equívoco nacional" e refutou os crimes imputados pela acusação.

19 de Novembro de 2012 às 12:32
  • 3
  • ...
Na sua exposição introdutória no início do julgamento nas Varas Criminais de Lisboa, Nuno Godinho de Matos, advogado dos três arguidos alemães, argumentou que este "julgamento não tem qualquer justificação racional", sendo um "equívoco nacional".

Godinho de Matos começou por criticar o facto de a investigação do caso das contrapartidas ter sido "privatizada", quando o Ministério Público (MP) entregou a peritagem à empresa INTELI, que trabalhou para todas as firmas envolvidas no processo, incluindo a empresa alemã MAN Ferrostal, que vendeu os submarinos a Portugal.

Quanto ao crime de burla e falsificação de documentos imputados aos arguidos alemães, o causídico contrapôs que se houve alguém que cometeu burla foi o Estado português, que aceitou o contrato e agora veio utilizar o processo-crime como arma de arremesso contra os arguidos estrangeiros.

"Há, isso sim, desmazelo e negligência por parte do Estado português", alegou Godinho de Matos, que apontou ainda a "falta de causalidade" e a revisão do contrato de contrapartidas para justificar que este caso só pode terminar em arquivamento.

Os arguidos alemães manifestaram ao colectivo de juízes, presidido por Judite Fonseca, a vontade de prestarem declarações em tribunal, mas só depois de se juntar ao processo uma cópia do contrato revisto das contrapartidas, na posse do Ministério da Economia.

"O Estado não é uma virgem enganada por um malandro que a enganou", sintetizou Godinho de Matos, explicando que com a reparação do dano, por via do novo contrato revisto, a acusação "evapora-se" e "extingue-se a responsabilidade penal" dos arguidos.

Os restantes advogados seguiram linhas de raciocínio semelhantes, numa sessão que ficou marcada por dificuldades em fazer a tradução das intervenções para os arguidos germânicos.

Nesta sessão inaugural do julgamento estiveram presentes nove dos 10 arguidos do processo.

O tribunal anunciou que a partir de quarta-feira haverá uma cabina para tradução simultânea, o que vai exigir a mudança da audiência para uma sala de maior dimensão.
Ver comentários
Saber mais submarinos justiça tribunal empresas economia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio