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Startup portuguesa lança "Betty", app que promete "revolucionar" as apostas de futebol

Aplicação descrita como a primeira assistente de futebol de inteligência artificial em todo o mundo vai ser acessível de forma livre e gratuita durante sensivelmente um ano. "Betty" começa a dar prognósticos no dia em que arranca a Premiere League.

07 de Agosto de 2023 às 18:00
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A startup portuguesa Odaccy vai lançar, no próximo dia 11, uma aplicação que promete "revolucionar" o mercado das apostas de futebol, descrita como a primeira assistente de futebol de inteligência artificial em todo o mundo.

Denominada "Betty", a app comunica com os utilizadores através de mensagens em tempo real, enquadradas na linha do tempo do jogo, seja quando um golo está prestes a acontecer, ou providenciando-lhes uma estatística crucial e adequada ao momento que pode ter impacto no resultado, fornecendo uma cobertura pré e durante os jogos para as principais ligas mundiais.

Tudo graças a "um sistema sofisticado de mais de 150 algoritmos, que permite oferecer detalhes e previsões únicas, que com integração perfeita do Chat GPT" faz com que a "Betty" alcance "maior proficiência na entrega de previsões, análises e comentários adaptados à necessidade do utilizador", indica a startup em comunicado. Em simultâneo, é capaz de traduzir essas mensagens em tempo real para os seis idiomas disponíveis, "garantindo uma experiência perfeita e personalizada, independentemente das barreiras geográficas e linguísticas".

Ao Negócios, o fundador e CEO da Odaccy revela que, durante esta fase de testes beta, que vai durar sensivelmente "um ano", a "Betty" será de uso completamente livre e gratuito, já que o objetivo é captar utilizadores para aquele que figura como o primeiro projeto da startup, que resulta de um investimento "na ordem dos 600 mil euros" e de quase três anos de investigação e desenvolvimento por parte de uma equipa de oito pessoas.

"Para já, o que queremos é ter utilizadores, até na perspetiva de ter 'feedback' para fazer melhorias, enquanto vamos introduzindo novas 'features'", explica Miguel Pinho, adiantando que, depois, a "Betty" terá diferentes pacotes de subscrição, em função da informação disponibilizada, sendo que o mais barato irá custar 99 cêntimos por semana. Até lá, ou seja, enquanto mantém as funcionalidades da app acessíveis sem custos, a Odaccy espera poder vir a contar com publicidade para dar seguimento ao projeto.

De olhos postos no facto de "mais de 60% dos 3,5 milhões de fãs de futebol recorrerem aos telemóveis para seguir os resultados dos jogos" e na crescente "procura de 'insights' e conteúdos personalizados", a "Betty" nasceu da constação de que faltava no mercado um produto diferenciador face à oferta atual, sobretudo baseada no passado. "É sempre tudo basicamente sobre o que aconteceu. Faltava informação antes e durante os jogos", reforça Miguel Pinho, para quem "o potencial neste mercado é imenso".

A "Betty" tem essencialmente três funcionalidades: "a de forecaster (prevê quando os golos podem acontecer e quando o vencedor pode mudar),  a de analytical (fornece dados estatísticos relevantes e adequados ao momento do jogo) e a de watcher (comenta os momentos eletrizantes do jogo, como decisões do VAR, penáltis e cartões vermelhos)".

A primeira, de previsão, figura como a mais interessante, no sentido que, entre outros, a "Betty" assume o risco de dizer que a bola vai entrar, interagindo, de seguida, para justificar um eventual falhanço da sua parte. "Imaginemos que ela prevê que vai haver golo, há um conjunto de jogadas perigosas e até um remate à baliza, comenta que o jogador estava com os pés tortos e que, portanto, não estava contar que a bola batesse na trave. Ela faz comentários a acompanhar o fluxo de informação", realça Miguel Pinho.

Com efeito, segundo a startup, entre abril e maio, nas cinco principais ligas europeias, a versão beta da app teve uma assertividade de 73% no que se refere a prever em tempo real o momento do próximo golo.

E onde fica a emoção por detrás da aposta? Miguel Pinho garante que não se perde, mas que antes ganha outro impulso: "Os utilizadores vão poder jogar o jogo da 'Betty'. Ela vai dizer que vai haver um golo e os fãs acharem que não tem razão, por isso, acaba por haver um envolvimento, criando-se um jogo dentro da própria app. Será mais uma variável a promover a emoção".

Outra competência da "Betty" passa então por facultar estatísticas, mas até aqui é diferente das demais, de acordo com o seu criador: "As pessoas podem procurar estatísticas de jogo em milhares de app e 'sites' próprios, mas não há nenhum que entregue estatísticas específica como esta". E exemplifica: "Imaginemos um FC Porto-Benfica: as pessoas sabem em tempo real que, em média, o Benfica precisa de 3,7 remates para concretizar o golo, portanto, a 'Betty' está a entregar informação relevante em tempo real, quando antes tinham de a procurar em 'sites' e fazer as contas".

A "Betty" vai cobrir aproximadamente duas dezenas de ligas de futebol, incluindo as principais europeias, assim como a do Brasil, Argentina, Estados Unidos e Japão, sendo o objetivo alargar a 40, até ao final de 2023 e, no espaço de um ano, abranger "todos os principais campeonatos do mundo e competições internacionais", segundo a Oddacy que quer atingir em 2027 a marca dos 10 milhões de utilizadores.

É lançada no dia em que arranca a Premiere League, a "grande aposta" da app. "É a liga que tem a maior abrangência global e, por isso, começamos nesse dia e também porque, na verdade, a Premiere League foi sempre o nosso laboratório, seja para o desenvolvimento analítico ou dos modelos de inteligência artificial, partiu-se sempre da liga inglesa nas suas diferentes facetas que depois foram adaptadas às restantes".

A Odaccy, fundada há sensivelmente três anos, é detida por Miguel Pinho e outros investidores nacionais e estrangeiros, em que se inclui Elad Dror, antigo CEO da Fortera, recentemente envolvido na Operação Babel.

Atualmente, realiza uma ronda de financiamento para dar "um 'boost'" à "Betty" com o objetivo de levantar entre 1,5 a 2 milhões de euros até finais de outubro, adianta o fundador da startup. E, até ao momento, "há bastante interesse na inovação do que a 'Betty' já faz, mas muito mais na visão que temos para ela a médio-longo prazo", diz.



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