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Startup de raios X quer transformar setor centenário

A Nano-X Imaging, startup fundada pelo investidor israelita Ran Poliakine, está a unir forças com a fabricante de chips sul-coreana SK Hynix para fabricar uma máquina que poderá abalar a centenária indústria de raios X.

12 de Setembro de 2020 às 19:00
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Avaliada em cerca de 2 mil milhões de dólares depois da entrada no Nasdaq no mês passado, a Nano-X procura transformar o setor multibilionário que tem basicamente contado com a mesma tecnologia desde que o vencedor do Prémio Nobel Wilhelm Roentgen descobriu os raios X no final do século XIX. O dispositivo da Nano-X usa semicondutores em vez de filamentos de metal para gerar raios X.

A parceria com a SK Hynix, segunda maior fabricante mundial de chips de memória, é um impulso para uma empresa fundada há oito anos que ainda não estabeleceu totalmente a sua tecnologia. Também reflete a crescente cooperação tecnológica entre Israel e a Coreia do Sul, dois países que ajudaram a moldar a economia global promovendo inovações e assumindo grandes riscos.

As ações da Nano-X mais do que duplicaram de valor nas semanas desde a sua estreia na bolsa, antes mesmo de ter receitas ou aprovações regulatórias. Isso mostra o entusiasmo do mercado sobre a empresa, mas também alimentou o ceticismo entre aqueles que viram empresas como a Theranos desmoronar quando os seus projetos não se concretizaram.

Sei que há céticos, disse Poliakine, em entrevista, no escritório em Seul da empresa de private equity The Yozma, um dos investidores da Nano-X. Esta é uma promessa, mas não seria uma promessa se não houvesse um grande risco.

Potencial disruptivo

No centro dessa promessa está um scanner em formato de donut chamado Nanox.ARC, que usa semicondutores para calibrar digitalmente a intensidade dos feixes para capturar camadas de órgãos humanos instantaneamente, sem ter de atingir temperaturas intensas ou girar como um scanner de tomografia computadorizada convencional, de acordo com a empresa.

A Nano-X diz que os seus aparelhos não só geram menos radiação, como têm custos de produção muito mais baixos porque dispensam grandes sistemas de arrefecimento e outros componentes volumosos. Os dispositivos serão doados se os clientes concordarem com um plano pay-per-scan.

Se conseguir realmente reduzir a radiação, melhorar as imagens e chegar a mais pacientes, ao mesmo tempo que poupa dinheiro para os médicos, a máquina tem potencial para ser muito disruptiva, disse David Smith, professor associado de radiologia clínica no LSU Health Sciences Center e University Medical Center em Nova Orleães. Se falhar em qualquer uma dessas coisas, pode não ser disruptiva, mas pode preencher um nicho de mercado.

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