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Sonangol atribui a Odebrecht construção de Terminal Oceânico da Barra de Dande
A petrolífera angolana Sonangol formalizou esta quarta-feira a adjudicação à Odebrecht Engenharia e Construção Internacional (OECI) da construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), projeto avaliado em 547,8 milhões de dólares (465,7 milhões de euros).
01 de Setembro de 2021 às 22:59
A Sonangol assinou hoje, em Luanda, os três contratos relativos ao Terminal, resultantes dos concursos públicos para empresas interessadas nas obras de conclusão do projecto, inicialmente entregue a uma empresa ligada à empresária Isabel dos Santos, e já alvo de uma anterior adjudicação.
Em comunicado, a Sonangol adianta que foram lançados o concurso para a contratação de serviços de engenharia, "procurement", construção e comissionamento (EPCC), vencido pela OECI, outro para a fiscalização da empreitada, atribuída à DAR Angola e ainda para a realização dos Estudo de Impacto Ambiental do projecto, adjudicado à SOAPRO.
A Sonangol salienta que o Projeto da Barra do Dande, na província do Bengo, é um projecto estratégico e de interesse nacional, que integra os objetivos definidos no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 do Executivo angolano, como principal plataforma para assegurar o armazenamento e recepção de produtos derivados de petróleo para as reservas estratégicas, de segurança e operacionais do país.
O projeto visa ainda promover o Dande como um importante `hub´ de armazenamento e comercialização de combustíveis na região.
Com uma capacidade de armazenamento de combustíveis de 580 mil metros cúbicos de produtos refinados, o TOBD tem o termo das obras previsto, nesta primeira fase, para finais de 2022, refere a Sonangol.
O TOBD - esclarece ainda a Sonangol - irá suprir as necessidades do paíse, associado à capacidade já existente, e vai também tornar o processo de receção e distribuição de produtos refinados "mais seguro, eficiente e menos dispendioso".
A Sonangol adjudicou à OECI a construção do terminal oceânico da barra do Dande, com o valor global de 547,8 milhões de dólares (465,7 milhões de euros).
De acordo com um documento a que a Lusa então teve acesso, o concurso público internacional foi lançado em 28 de janeiro deste ano, tendo apresentado propostas oito concorrentes, dos quais cinco empresas individuais e três associações de empresas em consórcio.
Além da construção do terminal, a empreitada inclui também a conclusão do parque de armazenamento de produtos refinados e construção da doca de atracação de navios.
De modo a garantir o cumprimento dos prazos definidos para a execução do contrato, com um período de vigência de 36 meses, 17 dos quais para a execução dos trabalhos, a Sonangol solicita à OECI, em coordenação com a direção do projeto, que inicie já a sua mobilização para o 'site' do terminal oceânico tendo como objetivo o arranque das atividades definidas no plano de trabalhos.
Um memorando de entendimento havia sido assinado entre a Sonangol e um xeque do Dubai, em novembro de 2019, para o desenvolvimento do terminal, mas, entretanto, não se concretizou.
O memorando de entendimento com a petrolífera angolana Sonangol para a construção de uma base logística de armazenamento de derivados do petróleo na barra do Dande estava estimado em 600 milhões de dólares (541,6 milhões de euros).
O projeto de armazenamento de produtos petrolíferos, visto como estratégico, foi iniciado em 2014 e interrompido em 2016, por força do contexto económico que o país e a empresa viviam nesse período.
A construção da infraestrutura estava anteriormente estimada em 1.500 milhões de dólares (1.240 milhões de euros) e iria ser desenvolvida pela Atlantic Ventures, uma empresa associada a Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que viu o contrato ser revogado, em 2018, tendo esta avançado, na altura, com um processo contra o Estado angolano.
Na altura, a calendarização apontava para que a estrutura estivesse operacional no primeiro semestre de 2022 e o início das obras estava previsto para 2020.