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Sonae quer construir décimo «shopping» no Amazonas

A Sonae Sierra deverá construir o seu décimo “shopping center” em território brasileiro, na cidade de Manaus no estado de Amazonas, anunciou, Belmiro de Azevedo, presidente da Sonae, ao jornal brasileiro “Estado de São Paulo”. Apesar do anúncio, renovou a

28 de Abril de 2006 às 06:30
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A Sonae Sierra deverá construir o seu décimo "shopping center" em território brasileiro, na cidade de Manaus no estado de Amazonas, anunciou, Belmiro de Azevedo, presidente da Sonae, ao jornal brasileiro "Estado de São Paulo". Apesar do anúncio, renovou as queixas quanto às dificuldades no retorno dos investimentos no Brasil.

"Ainda não há nada definido, mas o nosso décimo shopping no Brasil deverá ser em Manaus", referiu. Em viagem pelo Brasil, Belmiro esteve na capital do estado de Amazonas e impressionou-se pelo tamanho de Manaus.

A nova iniciativa denota a intenção de expandir para novos estados brasileiros, já que, até ao momento, o braço imobiliário da Sonae tem apostado mais no estado de São Paulo. Aliás, os dois últimos negócios foram realizados neste estado.

No final deste ano, deve estar aberto a 100%, o centro comercial em Campo Limpo, na região sul de São Paulo, o oitavo investimento do grupo no Brasil. Este empreendimento implicou investimentos de 70 milhões de reais () que foram divididos entre os sócios, a Sonae Sierra, Sierra Enplanta (fruto da parceria com a brasileira Enplanta) e a Tivoli Empreendimentos. A nona aposta foi anunciada, mais recentemente, com a aquisição de 20% no centro comercial Plaza Sul que lhe deu o direito à gestão do projecto instalado em 1994 em que os sócios são quatro fundos de pensão brasileiros.

Sobre a nova investida, Belmiro pouco diz, somente, reitera as críticas à falta de condições para investir no Brasil. O plano de negócios da Sonae Sierra (antes Imobiliária) era abrir um shopping por ano, em território brasileiro, mas nunca se concretizou. "O empresário sofre no Brasil, independente da nacionalidade. Sofre porque o dinheiro é caro e por outras carências, como as prometidas reformas", afirmou Belmiro.

As críticas focam os mesmos temas, como, a demasiada fuga aos impostos, juros altos, falta de incentivos fiscais, mas ainda assim, o empresário português, está confiante no país. "Acho que o Brasil vai dar certo". A frustração de Belmiro é também reflexo da vontade, ainda não concretizada, de vender metade do shopping Dom Pedro, maior centro comercial da América Latina, localizado em Campinas (interior de São Paulo). Os investimentos do grupo no Brasil chegaram a 1,4 mil milhões de euros. "Com a venda da distribuição, caíram para cerca de 250 milhões.

"Também perdemos entre 500 milhões a 600 milhões com o câmbio", ponderou. Belmiro diz que saiu da distribuição no Brasil, (vendeu os restantes hipermercados e supermercados à cadeia norte-americana Wal-Mart), devido à elevada fuga aos impostos que falseia a concorrência. "Ficámos nos dois sectores nos quais a sonegação é indirecta e não temos relação com o consumidor final", comentou.

Conta que chegou a comunicar várias vezes ao ex-ministro da Fazenda, António Palocci, e ao ministro da Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, as dificuldades de trabalhar no Brasil.

"Temos paciência para não tomarmos decisões precipitadas. Mas quando sentimos que demos um tempo suficiente e não conseguimos gerar riqueza, não temos de pedir licença para sair do país", ressaltou.

No momento actual, Azevedo disse que a posição do grupo é de esperar para ver. "Isso é satisfatório, mas não é bom. A nossa posição é ver e fazer".

De acordo com o empresário, a política económica actual não incentiva o investimento. "O único investimento que há hoje no Brasil é o de empresas totalmente exportadoras. Ou são investimentos financeiros, que são perigosos", destacou.

Neste período pré-eleitoral, a sua opinião é de que os investimento fiquem paralisados. "Nada deverá acontecer antes de Março do próximo ano".

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