Notícia
Sonae «hostilizada» na privatização da Portucel
A Sonae tem sido hostilizada pelo Governo no processo da Portucel, por ter sido impedida de comprar mais de 10% do capital da empresa, referiu Belmiro de Azevedo em entrevista ao «Público».
A Sonae tomou uma posição pública de interesse no sector da pasta e do papel, tendo investido muito dinheiro nesse objectivo estratégico de forma séria e consistente, adiantou àquele diário.
«Fui proibido de comprar mais de 10% na Portucel. Portanto, eu, objectivamente tenho sido hostilizado neste processo». Para Belmiro de Azevedo, a Sonae perdeu muito dinheiro por lhe ser bloqueada essa oportunidade de aquisição e quer ser compensada desse prejuízo.
O Governo não respeitou a lei das privatizações e, fundamentalmente, quer fazer tudo para impedir que a Sonae esteja no sector», tendo o Grupo já investido cerca de 50 milhões de contos (249 milhões de euros).
«Eu não estou de acordo com o aumento de capital. Não faz sentido nenhum. Mas as condições em que ele eventualmente vai ser aprovado obrigam-nos a ir, porque senão a nossa posição diluía-se (...). Se o Estado vai privatizar e tem garantido o financiamento para esta operação, por que é que não deixa os novos donos reestruturarem a empresa com os capitais adequados e lhes retira margem de manobra. No caso da Soporcel, o que resultaria num processo de total transparência e sem benefícios para ninguém era optar-se por uma oferta pública de troca e não por uma oferta pública de aquisição. Isso permitia que a minha posição na Soporcel fosse transformada num bloco importante na Portucel» adiantou o presidente da Sonae.
Na pasta e no papel, salienta que não pretende ser favorecido pelo facto da Sonae ser um grupo nacional, mas que não vão desistir por pressentirem que existe um processo para desfavorecer a Sonae.
Questionado sobre a possibilidade de não ir ao aumento de capital da Modelo Continente, Belmiro de Azevedo responde que isso não faz sentido porque ao preço a que vai ser feito, quem já tem uma posição na empresa vai certamente subscrever o aumento de capital.
A Sonae, às 10h10, perdia 0,76% para os 1,31 euros (263 escudos).