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Sonae admite ser "inevitável" aumento de custos devido à subida do preço dos combustíveis

O administrador da Sonae MC Miguel Águas afirmou que "é inevitável" que haja aumentos de custos ao longo da cadeia devido à subida do preço do combustível, mas trabalha para que "impacto não seja sentido pelos clientes".

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14 de Outubro de 2021 às 15:24
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O administrador da Sonae MC Miguel Águas afirmou esta quinta-feira que "é inevitável" que haja aumentos de custos ao longo da cadeia devido à subida do preço do combustível, mas trabalha para que "impacto não seja sentido pelos clientes".

O responsável falava aos jornalistas à margem da inauguração do novo edifício do Centro de Distribuição da Sonae MC, na Azambuja, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sendo o maior entreposto refrigerado em Portugal.

Questionado sobre o aumento dos combustíveis, Miguel Águas referiu que "obviamente [...] impacta os custos de transporte de mercadorias" para a lojas da Sonae e dos seus concorrentes.

"Nós temos bastante confiança e sabemos que somos especialmente eficientes, aliás, este entreposto traz maior eficiência da operação e, portanto, até estamos mais salvaguardados, mais protegidos do impacto dessa crise", prosseguiu o administrador.

"Mas é inevitável que haja aumentos de custos ao longo da cadeia e, portanto, a prazo, essa crise pode levar até que o setor como um todo acabe por ter impactos ou na sua conta exploração ou impacto no custo dos próprios produtos para os consumidores", considerou.

Já sobre se considera que o Governo deveria intervir nesta matéria, Miguel Águas foi perentório: "A Sonae não quer imiscuir-se no que o Governo deve ou não fazer".

No entanto, "preocupa-nos e pelo nosso lado trabalhamos para que o impacto não seja sentido pelos clientes e, por isso, também este investimento serve também para dar resposta a essa eficiência que temos de trazer do nosso lado", acrescentou.

A Sonae MC anunciou um investimento de 50 milhões de euros na expansão dos centros de distribuição da Azambuja, Lisboa, e da Maia, no Porto, que avança no próximo ano. 

Relativamente a uma manifestação organizada por dirigentes e ativistas do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), que aproveitaram a inauguração para exigir melhores salários e carreiras para os trabalhadores do setor, não quis tecer comentários.

"Não vou abordar o que se passava lá fora, nem sequer era com colaboradores nossos", referiu.

Sobre o projeto inaugurado, o administrador disse que "trouxe uma enorme preocupação e houve investimento fortíssimo na melhoria da ergonomia das funções fisicamente mais exigentes".

"Há bastante tecnologia nova que está aqui ao serviço de funções que antes eram levadas a cabo por pessoas com esforço físico, há muita melhoria em zonas sociais, de refeitório, de pausa, e todo o entreposto e todo o equipamento foi montado com o que de mais moderno há justamente para trazer também mais conforto" aos trabalhadores e às condições de trabalho, afirmou. No edifício trabalham 450 pessoas e no polo, como um todo, são cerca de 1.100.

Questionado sobre se o Orçamento do Estado apresentado esta semana é amigo do investimento, o gestor garantiu que a empresa irá continuar a investir.

"Nós continuamos a investir na Sonae MC, continuaremos a investir sempre, independentemente das condições que venham do Orçamento do Estado, aliás, ainda agora foi referido justamente isso: nós mesmo num contexto adverso como foi da covid realizámos este investimento e é assim que vamos continuar", concluiu.

A Sonae MC tem mais de mil lojas, entre Continente, Continente Modelo, Continente Bom Dia, Continente 'Online', Meu Super, Go Natural e Bagga.

No que se refere à logística, a empresa conta com cinco entrepostos, onde trabalham 2.500 colaboradores.

Anualmente, são circuladas nestes espaços 300 milhões de caixas, que são entregues a 1.300 lojas em Portugal.
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