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Somague quer liderar construção em Portugal após integração na Sacyr
A Somague, que passará a ser controlada a 100% pelos espanhóis da Sacyr, pretende passar à frente da Mota-Engil e assumir a liderança do sector da construção em Portugal. Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague e futuro vice-presidente da Sacyr Vallehermo
A Somague, que passará a ser controlada a 100% pelos espanhóis da Sacyr, pretende passar à frente da Mota-Engil e assumir a liderança do sector da construção em Portugal. Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague e futuro vice-presidente da Sacyr Vallehermoso, reconheceu ao Jornal de Negócios que esse é um objectivo "a muito curto prazo", acrescentando que para o exercício de 2003, "em termos de facturação, já nos encontramos relativamente próximos dos valores atingidos pela Mota-Engil".
Diogo Vaz Guedes afastou qualquer hipótese de a Somague vir a reduzir pessoal em consequência da tomada de controlo accionista por parte da Sacyr. "Antes pelo contrário, o objectivo é expandir", assegurou, sendo que os mercados-alvo do grupo ibérico passam pelas oportunidades nos grandes empreendimentos e nas concessões e serviços.
Aliás, é também nestas áreas que a Sacyr/Somague pretende intervir a nível internacional, aproveitando as sinergias e o conhecimento que cada uma das empresas tem em cada mercado específico. "Nuns casos, decidiremos entrar em negócios em conjunto, noutros, poderemos optar por ir através da Sacyr ou da Somague, consoante o conhecimento do mercado e o "know how" específico de cada uma das empresas naquele mercado e no sector de actividade em questão", revelou Diogo Vaz Guedes.
O responsável da Somague sublinhou que nas apostas principais do grupo construtor estão os mercados do Brasil (principalmente o ambiente), na América Latina, de Angola, em África, e da China (incluindo Macau), na Ásia.
Vaz Guedes vende activos para enfrentar esforço de 80 milhões
A família Vaz Guedes, através da holding Sofip, detém uma participação de 6,63% no capital do Banco Privado Português (BPP), a quem vai comprar, no âmbito da integração da Somague na Sacyr Vallehermoso, uma posição de 31,5% do capital da construtora portuguesa.
Em declarações ao Jornal de Negócios, Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague, que tem lugar no conselho de administração do banco, com funções não executivas, disse não estar prevista qualquer alteração em relação a esta participação financeira.
No entanto, este responsável lembrou que a Sofip "se prepara para efectuar um investimento significativo [80 milhões de euros]" – aquisição das acções da Somague detidas pelo BPP, através do veículo de investimento Freman Investments – e que será efectuada uma análise à lista de activos controlada pela família Vaz Guedes.