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Soares dos Santos defende alteração da lei da greve e ataca CIP

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo líder do grupo Jerónimo Martins defende o aumento do salário mínimo e ataca a Confederação Empresarial (CIP), que “não representa minimamente”

Negócios 19 de Março de 2014 às 09:41
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Alexandre Soares dos Santos defende uma alteração à lei da greve que limite as condições em que esta é possível.

 

“A lei da greve é algo que deve ser modificada. A nossa lei da greve é uma lei antiquada, imposta pelo Conselho da Revolução", declarou, numa entrevista à Rádio Renascença. “A greve é fundamental, as pessoas devem ter direito à greve, mas não é por dá cá aquela palha que se deve fazer uma greve", acrescentou.

 

“As greves em Portugal são só no sector público e particularmente nos transportes. Nas iniciativas privadas não há. O português que trabalha na iniciativa privada também está preocupado com a sua vida. Também tem dificuldades enormes, muitos deles com salários em atraso, mas não entram em greve. Estes senhores da Função Pública orientados por sindicatos de esquerda entram em greve por dá cá aquela palha. Porquê? Onde é que estão a contribuir para recuperação do país?”

 

O Governo não alterou a lei da greve no sector privado, mas já fez uma alteração às regras que se aplicam à Função Pública, na sequência das greves dos professores que marcaram o final do último ano lectivo.

 

A proposta sobre a nova Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, que está em discussão no Parlamento, torna obrigatória a prestação de serviços mínimos durante os exames.

 

Soares dos Santos ataca CIP

 

Ao longo da entrevista, Alexandre Soares dos Santos afirmou que não se sente “minimamente” representado pela Confederação Empresarial (CIP).


“A CIP já apresentou algum plano concreto de recuperação? Já discutiu isso com os empresários em larga escala? Já alguma vez fez um congresso da indústria a sério? Não. Então estamos a falar de quê? Temos que envolver a sociedade toda”.

 

“Eu não, de maneira nenhuma [me sinto representado em concertação social]. A CIP não me representa minimamente, não fala connosco, não apresenta planos”.

 

O antigo líder da Jerónimo Martins revelou que há dois anos reuniu uma série de empresários que elaboraram um estudo com medidas recomendadas ao Governo. 

 

Na altura, segundo explicou, “a decisão foi não informar o povo e ir falar com o primeiro-ministro. Ninguém leu [o estudo]”.

 

A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) é uma das associadas da Confederação dos Serviços de Portugal (CSP), apresentada há dois anos com a ambição de vir a ser parceiro com assento na concertação social.

 

Até ao momento, isso não aconteceu. A CSP não está representada no Conselho Económico e Social nem na Comissão Permanente de Concertação Social.

 

Salário mínimo “devia ser aumentado” e os cortes das pensões substituídos

 

Na mesma entrevista, o presidente da Fundação Manuel dos Santos defende o aumento do salário mínimo e a eliminação dos cortes nas pensões, que diz que deveriam ser substituídos por um aumento do preço dos combustíveis ou do IVA nos bens de luxo.

 

Soares dos Santos sustenta que não são os salários baixos que geram produtividade.

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