Notícia
«Sentimos que o mercado automóvel está já com alguma confiança»
O ano de 2005 marca o início de uma nova realidade no sector automóvel. A Skoda não fugiu à regra, mas estima um crescimento das vendas de 30% este ano, segundo Orlando Teixeira, Director-geral da marca representada pela SIVA.
Qual é a previsão para o mercado este ano?
A nossa previsão para o mercado será um crescimento na ordem dos 4 a 5%.
Qual é a vossa estratégia de crescimento?
A nossa estratégia de crescimento assenta em novos produtos e numa comunicação ao mercado muito forte, com o reforço de todos os investimentos publicitários. Na campanha Fabia investimos 1,7 milhões de euros em publicidade. Imprensa, televisão, todos os meios. Demos uma cobertura em todo o país nos ‘outdoors’.
Para além da publicidade temos a estratégia de patrocínios que é uma estratégia muito clara, com várias iniciativas. Temos o atletismo e somos a marca oficial do ciclismo, nas provas oficiais de ciclismo temos um protocolo assinado com a empresa que organiza todas as provas nacionais e os restantes prémios internacionais. Inclusive a volta a Portugal, que vai ter um impacto fortíssimo em termos mediáticos. Nós somos a viatura oficial, fornecemos várias viaturas para a prova. Portanto, em Agosto digamos que todo o Portugal vai ser inundado por Skodas dentro desse patrocínio.
Depois temos os ralis, e embora não sejam equipas oficiais são pilotos que são apoiados por nós que têm três equipas. Estamos só no diesel, somos a única marca que corre competindo com todas as outras viaturas com motorização diesel. E estamos também no karting.
Que novos produtos vai lançar até final do ano?
Temos o Fabia com o ‘restyling’ e o Octavia Break carrinha, que tem uma versão 4X4.
Quais são as expectativas em relação ao Octavia Break?
São boas. A nova Break tem 580 litros de capacidade de carga. Relativamente à anterior, que tinha 532 litros, cresce significativamente. Portanto em termos de espaço é das maiores bagageiras no segmento, mesmo confrontando com viaturas de segmento superior, e oferece muito espaço, muita versatilidade.
Concorre com quem?
Temos a motorização 2.0l TDI de 140 cv que é o nosso modelo de referência. Corresponde, digamos, à tecnologia de ponta do grupo VW e concorre directamente com marcas como o Volvo V50, o Mazda 6, o Citroën C5, o Renault Laguna.
Não vê desvantagem nas vossas motorizações diesel face à concorrência?
Não. Este motor 2.0 litros de 140 cavalos é um motor que tem um binário extraordinário, portanto é um carro que, para além de oferecer níveis de consumo muito baixos, na ordem dos 5 litros, o consumo extra-urbano está na ordem dos 5,5 l, para além de ter prestações elevadíssimas. E quando se anunciam 140 cavalos, são cavalos declarados...
Qual é o mix das vendas?
Depende do modelo. No Fabia estamos a falar em 50% gasolina 50% diesel porque no Fabia temos os motores 1200 que apresentam preços a partir de 12 400 euros. Digamos que é a versão orientada para o volume. Depois temos as versões 1400 TDI que têm um preço abaixo dos 17 mil. Aqui no Fabia são 50% de motorizações gasolina 50% de motorizações diesel. No caso do Octavia, 90% são motorizações TDI, temos também a motorização 1600 gasolina a partir de 24 mil e qualquer coisa euros, digamos que é a versão de entrada mas representa 10% das vendas.
O crescimento do mercado dos diesel vai manter-se, apesar da aproximação dos preços dos combustíveis?
Pela primeira vez no ano passado mais de 50% do mercado foi baseado em vendas diesel. Julgo que sim que vai aumentar não muito significativamente, mas vai continuar a aumentar, até porque temos construtores a continuar a apostar em motores diesel de baixa cilindrada e a partir do momento em que se aposta em diesel de baixa cilindrada com o mesmo nível de fiscalidade de motores a gasolina vai haver uma estabilização de preços também por baixo e portanto é natural que o crescimento do diesel não seja muito significativo mas que continue a aumentar.
Que peso tem o ‘rent-a-car’ nas vendas da Skoda?
O ‘rent-a-car’ tem um peso de 4% nas nossas vendas.
Está satisfeito com a actual rede concessionários?
Um dos aspectos fortes da marca Skoda é precisamente o ter uma rede sólida, uma rede que está inserida num grupo forte em que para além de beneficiar também de todas as sinergias inerentes à organização da própria Siva, - temos todas as organizações ligadas à gestão do usados, dos "buybacks", protecção dos valores residuais das marcas, temos também instrumentos financeiros e prestação de serviços que apoiam fortemente a marca como a própria Multirent, o braço financeiro que temos também do Interbanco que como sabe é um banco especializado em crédito automóvel e portanto tem havido sempre sinergias a este nível, nomeadamente dos canais alternativos como a própria internet. Por exemplo a Skoda foi a primeira marca a vender automóveis através da internet com uma série especial e envolvendo os concessionários.
E funcionou?
Sim, teve algum sucesso.
Como é comprar carros através da internet?
Não é comprar carros através da internet, é anunciar de que existe uma série especial que permite recolher o contacto da pessoa, não é compra, nós envolvemos o concessionário. O concessionário é o nosso parceiro por excelência para distribuir e para vender as viaturas. Digamos que é uma forma de acesso directo ao público que permite depois captar o contacto e canalizar esse contacto para a rede de concessionários.
Quantos concessionários têm?
Temos 27 concessionários.
Vai manter a mesma estrutura?
Nós estamos sempre atentos às necessidades de cobertura do território. A Skoda é uma marca que necessita de maior visibilidade e a partir daí nós temos uma estratégia de aproveitar essas oportunidades que o mercado nos possa proporcionar, portanto nesta altura estamos numa estratégia de desenvolvimento de rede, desde que esse desenvolvimento permita trazer valor acrescentado à marca quer em termos de visibilidade quer em termos de volume de negócios. De qualquer forma a rede é uma rede que é sólida que tem um nível de qualidade na prestação de serviços bastante bom.
Qual é o peso da rent-a-car nas vossas vendas?
O "rent-a-car" tem um peso de 4% nas nossas vendas, digamos que as vendas do "rent-a-car" são qb (quanto baste) precisamente para dar cobertura não só na área turística, mas essencialmente ao nível de empresas "rent-a-car" que estejam vocacionadas para o aluguer de empresas para tornar a marca mais visível. O "rent-a-car funciona como um instrumento para aumentar a visibilidade da marca. Mas também temos uma política, o chamado 100% "buy-back", isto é, nós retomamos os carros que são vendidos, somos nós que canalizamos os carros para o mercado, sempre tentando manter o valor.
E conseguem escoar?
Conseguimos, porque a Skoda tem um parque circulante ainda não muito significativo. Tem na ordem dos 37 mil carros e portanto tudo o que é mercado usado são novas oportunidades de negócio para a própria rede. A rede facilmente vende o Skoda usado a ganhar também um bom nível de rentabilidade, o que é muito interessante para a marca.
Qual é a vossa estrutura de usados?
Nós temos o Usado OK, que é uma estrutura que funciona na própria Siva que está vocacionada para gerir os "buy-backs" e colocá-los no mercado. Por outro lado temos a Global Car que é um grande de centro de comercialização de usados localizado na IC 19
e que na altura correspondeu a uma inovação na comercialização do usado. Tem um volume de média de vendas na ordem dos 70 a 80 carros/mês e também compra carros não só à Usado OK, mas também no mercado em geral. E temos também, obviamente, através dos concessionários. Este Usado OK é um franchise registado pela Siva que permite a comercialização dos usados através da rede de concessionários. O Usado Ok como estrutura interna, como empresa, funciona junto à Siva, portanto nas instalações da Azambuja e também faz a distribuição de carros, factura directamente aos concessionários e vende ao mercado em geral.
O que representa a marca Skoda dentro do universo do grupo de marcas da SIVA?
Pesa na ordem dos 10%. Vamos ultrapassar as 4000 unidades.
Como antevê o futuro da marca Skoda?
A marca Skoda é a marca que tem maior potencial de crescimento dentro das marcas do grupo. Com a futura remodelação de produtos, não só com o Roomster no próximo ano, mas com a renovação da gama Fabia – a viatura para maiores volumes –, nós apontamos dentro de 3 anos atingir entre 6500/7000 unidades, acompanhando aliás um pouco a evolução da marca, que a nível internacional vai este ano vender perto de 500 mil unidades. O ano passado vendeu 450 mil unidades.