Notícia
Seis soluções para a TAP
A TAP é 100% pública e este facto coloca uma dificuldade acrescida na sua recapitalizção. A companhia precisa, "pelo menos", de 200 milhões de euros e não pode receber ajudas estatais. Existem vários caminhos a seguir, agora vai depender da vontade do seu accionista ou seja, do Estado. Veja aqui quais.
14 de Outubro de 2009 às 15:31
A TAP é 100% pública e este facto coloca uma dificuldade acrescida na sua recapitalizção. A companhia precisa, "pelo menos", de 200 milhões de euros e não pode receber ajudas estatais. Existem vários caminhos a seguir, agora vai depender da vontade do seu accionista ou seja, do Estado. Veja aqui quais.
Entrada de parceiros
Financeiros ou estratégicos
A recapitalização da TAP poderá ser concretizada através da entrada de parceiros no capital da transportadora aérea nacional. Mesmo adoptando este caminho existem duas direcções: a entrada de parceiros financeiros que em nada interferem na gestão, ou então parceiros estratégicos que encarariam a TAP como um ponto fundamental no seu plano de negócios.Existem alguns fundos de investimento ou entidades financeiras que poderiam considerar a TAP, a médio longo prazo, um bom investimento, tendo em conta
o seu potencial de crescimento.
No entanto, também existem companhias ou outras empresas interessadas em entrar ou reforçar a sua posição nesta área como é o caso da Lufthansa. A brasileira TAM e a angolana TAAG também têm sido referidas.
Venda de activos
A Groundforce e a ex-VEM
A TAP tem três activos passíveis de serem alienados: a Groundforce, a ex-VEM e a Air Macau.
Quanto à TAP Manutenção & Engenharia do Brasil (ex-VEM), a transportadora nacional, em 2007, mandatou a JP Morgan para proceder a contactos exploratórios com potenciais interessados. No entanto, depois teve que voltar atrás, para reestruturar a empresa e agora retomou aos contratos para encontrar um parceiro.
Quanto à Groundforce, após um ano de ter parqueado os 51% que eram detidos pela Globália em três bancos, com vista a encontrar comprador para esta posição, a TAP recomprou-a , com vista a reduzir custos enquanto não garante comprador. Esta operação ainda está sob análise da Concorrência. Já a Air Macau, controlada em 15% pela TAP, tudo indica que a venda está a ser travada por divergência quanto ao preço.
Aumento de capital
Injectar pelo menos 200 milhões
A administração da TAP já admitiu que a companhia necessitaria de 200 milhões de euros para se recapitalizar. Se a TAP fosse uma empresa privada, bastava que os accionistas em assembleia geral aprovassem um aumento de capital e tudo estaria resolvido. Uma vez que a TAP é 100% pública e legalmente não poder receber ajudas de Estado, este processo poderá ser um pouco mais complexo.
O Estado teria que pedir autorização a Bruxelas para fazer essa injecção de capital, alegando que esta operação não seria considerada uma ajuda de Estado e sim uma transacção normal de um accionista que pretende viabilizar o seu activo. Outra das possibilidades, que também requer aprovação da Comissão Europeia, é a injecção de dinheiro recorrendo a dívida bancária, também com o aval do accionista.
Gestão
Alterações para aumentar "cash flow"
O accionista da TAP poderá optar por exigir à administração uma alteração profunda na forma como esta está a gerir a companhia. Os prejuízos de 285 milhões de euros registados no ano passado e as sucessivas greves dos trabalhadores poderão conduzir a mudanças profundas. Uma vez que o tráfego aéreo continua a descer e consequentemente as receitas também, a companhia área nacional poderá ter de recorrer não só a corte de pessoal, como a redução salarial. A TAP, no ano passado, tentou chegar a acordo com os seus colaboradores no sentido de rever o Acordo Empresa e congelar alguns dos pontos por tempo determinado, com visto a gerar poupanças de cerca de 20 milhões de euros. Contudo, não houve receptividade.
Privatização
Os 100% ou apenas parte
Há várias décadas que os sucessivos Governos têm na sua agenda política a privatização da TAP. A privatização, em condições ideais de mercado, também é uma operação que poderia colocar a companhia aérea num outro patamar. O presidente da TAP, Fernando Pinto, já chegou a dizer que esta era a forma "mais radical" para recapitalizar a empresa".
Durante todos estes anos várias foram as hipóteses avançadas para o modelo de privatização da transportadora aérea de bandeira. Em 2007, o ainda secretário de Estado adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, avançou que a privatização da companhia aérea deverá incidir sobre a totalidade do Grupo e não apenas sobre a TAP S.A., onde está incluída a transportadora aérea.
Fechar e abrir ao lado
Declarar falência da empresa
É uma estratégia extrema, pouco provável, mas possível. O Estado poderia decidir declarar a falência da TAP, transferir os activos para abrir "outra" companhia aérea "completamente nova", como aconteceu com a Sabena que deu origem à Brussels Airlines. O semanário "Sol" há umas semanas deu este como um cenário certo, sustentando que a Comissão Europeia não iria permitir novas ajudas financeiras do Estado à empresa.
Esta situação seria validada pelo facto da transportadora aérea de bandeira ter voltado a estar em situação de falência técnica com capitais próprios negativos de 172 milhões de euros e um passivo de 2,4 mil milhões, com as contas do primeiro semestre deste ano a manterem-se negativas.
Entrada de parceiros
Financeiros ou estratégicos
o seu potencial de crescimento.
No entanto, também existem companhias ou outras empresas interessadas em entrar ou reforçar a sua posição nesta área como é o caso da Lufthansa. A brasileira TAM e a angolana TAAG também têm sido referidas.
Venda de activos
A Groundforce e a ex-VEM
A TAP tem três activos passíveis de serem alienados: a Groundforce, a ex-VEM e a Air Macau.
Quanto à TAP Manutenção & Engenharia do Brasil (ex-VEM), a transportadora nacional, em 2007, mandatou a JP Morgan para proceder a contactos exploratórios com potenciais interessados. No entanto, depois teve que voltar atrás, para reestruturar a empresa e agora retomou aos contratos para encontrar um parceiro.
Quanto à Groundforce, após um ano de ter parqueado os 51% que eram detidos pela Globália em três bancos, com vista a encontrar comprador para esta posição, a TAP recomprou-a , com vista a reduzir custos enquanto não garante comprador. Esta operação ainda está sob análise da Concorrência. Já a Air Macau, controlada em 15% pela TAP, tudo indica que a venda está a ser travada por divergência quanto ao preço.
Aumento de capital
Injectar pelo menos 200 milhões
A administração da TAP já admitiu que a companhia necessitaria de 200 milhões de euros para se recapitalizar. Se a TAP fosse uma empresa privada, bastava que os accionistas em assembleia geral aprovassem um aumento de capital e tudo estaria resolvido. Uma vez que a TAP é 100% pública e legalmente não poder receber ajudas de Estado, este processo poderá ser um pouco mais complexo.
O Estado teria que pedir autorização a Bruxelas para fazer essa injecção de capital, alegando que esta operação não seria considerada uma ajuda de Estado e sim uma transacção normal de um accionista que pretende viabilizar o seu activo. Outra das possibilidades, que também requer aprovação da Comissão Europeia, é a injecção de dinheiro recorrendo a dívida bancária, também com o aval do accionista.
Gestão
Alterações para aumentar "cash flow"
O accionista da TAP poderá optar por exigir à administração uma alteração profunda na forma como esta está a gerir a companhia. Os prejuízos de 285 milhões de euros registados no ano passado e as sucessivas greves dos trabalhadores poderão conduzir a mudanças profundas. Uma vez que o tráfego aéreo continua a descer e consequentemente as receitas também, a companhia área nacional poderá ter de recorrer não só a corte de pessoal, como a redução salarial. A TAP, no ano passado, tentou chegar a acordo com os seus colaboradores no sentido de rever o Acordo Empresa e congelar alguns dos pontos por tempo determinado, com visto a gerar poupanças de cerca de 20 milhões de euros. Contudo, não houve receptividade.
Privatização
Os 100% ou apenas parte
Há várias décadas que os sucessivos Governos têm na sua agenda política a privatização da TAP. A privatização, em condições ideais de mercado, também é uma operação que poderia colocar a companhia aérea num outro patamar. O presidente da TAP, Fernando Pinto, já chegou a dizer que esta era a forma "mais radical" para recapitalizar a empresa".
Durante todos estes anos várias foram as hipóteses avançadas para o modelo de privatização da transportadora aérea de bandeira. Em 2007, o ainda secretário de Estado adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, avançou que a privatização da companhia aérea deverá incidir sobre a totalidade do Grupo e não apenas sobre a TAP S.A., onde está incluída a transportadora aérea.
Fechar e abrir ao lado
Declarar falência da empresa
É uma estratégia extrema, pouco provável, mas possível. O Estado poderia decidir declarar a falência da TAP, transferir os activos para abrir "outra" companhia aérea "completamente nova", como aconteceu com a Sabena que deu origem à Brussels Airlines. O semanário "Sol" há umas semanas deu este como um cenário certo, sustentando que a Comissão Europeia não iria permitir novas ajudas financeiras do Estado à empresa.
Esta situação seria validada pelo facto da transportadora aérea de bandeira ter voltado a estar em situação de falência técnica com capitais próprios negativos de 172 milhões de euros e um passivo de 2,4 mil milhões, com as contas do primeiro semestre deste ano a manterem-se negativas.