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SEC cria sistema para apanhar próximo Madoff

A reguladora do mercado de capitais norte-americano, Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à CMVM em Portugal), tem um sistema que lhe permite estar mais atenta às possibilidades de fraude.

27 de Julho de 2011 às 16:15
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A SEC pôs em marcha aquilo a que chamou “Tips, Complaints and Referrals” (dicas, queixas e referências) – também denominada de ‘base de dados TCR’ – e que já começou a dar frutos, uma vez que conseguiu provar estar certa, por exemplo, no que diz respeito às suspeitas de más práticas que tinha em relação à China Voice nos EUA, explica a agência Reuters.

Foi o telefonema da contabilista de uma subsidiária desta empresa, que achou suspeitas algumas transferências de dinheiro, que levou a que a SEC conseguisse provar que alguns executivos da China Voice tinham enganado os investidores com um esquema de Ponzi no valor de 8,6 milhões de dólares, sublinha a mesma fonte.

Esta foi uma fraude de pouca dimensão face a outras ocorridas nos EUA, mas a resposta da SEC indica que os reguladores do país estão determinados a não deixar que haja um novo Bernard Madoff a operar impune durante anos e anos.

A base de dados TCR, que custou 21 milhões de dólares, recolhe todas as informações que cheguem sobre negócios suspeitos. Antes, a SEC já recebia telefonemas, emails, faxes e até cartas com queixas, mas que acabam por ficar cingidos a algum dos 11 departamentos regionais da autoridade reguladora. Agora, com esta base de dados, assim que uma informação entra no sistema, cerca de 2.300 funcionários da SEC podem aceder-lhe e acrescentar mais informação.

Esta centralização de dicas, queixas e referências tem estado a funcionar em pleno, capacitando assim a SEC para conseguir apanhar um próximo Madoff. A sua incapacidade de detectar a fraude de Madoff antes de este burlar tantos milhares de pessoas valeu fortes críticas à entidade reguladora.


Madoff: 150 anos de prisão

Recorde-se que Madoff, o fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro de 2008, depois de ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que foi o maior esquema de Ponzi da história – estando avaliado em 50 mil milhões de dólares.

Ao atrair os investidores para o seu fundo, este gestor e ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq cometeu a maior fraude piramidal de sempre, lesando milhares de investidores e tendo impacto também em Portugal.

Madoff foi sentenciado a uma pena de 150 anos de prisão, depois de ter ficado provado que, de facto, montou um esquema piramidal em que prometeu aos investidores iniciais sólidos retornos – que foi pagando com o dinheiro dos participantes mais tardios. A determinada altura, deixou de haver dinheiro e o esquema estoirou.

Entre os clientes de Madoff contavam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e investidores privados.

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