Notícia
Sciaena e Zero apresentam queixa sobre reporte anual da Sonae sobre uso de plástico
Em comunicado conjunto, a Sciaena e a Zero, em parceria com a ClientEarth pedem à CMVM que atue enquanto entidade reguladora da área financeira e solicite a regularização da situação.
22 de Fevereiro de 2023 às 10:13
A Sciaena e a ZERO apresentaram esta quarta-feira uma queixa à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários sobre o incumprimento por parte do grupo Sonae dos deveres de reporte sobre o uso de plástico nas suas diferentes áreas de negócio.
Em comunicado conjunto, a Sciaena, Organização Não Governamental (ONG) que visa promover um ambiente marinho saudável, e a associação ambientalista Zero, em parceria com a ClientEarth (instituição de caridade de direito ambiental) pedem à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que atue enquanto entidade reguladora da área financeira e solicite a regularização da situação.
As organizações explicam que apesar de no seu relatório integrado anual de 2021, o grupo Sonae refira fortes preocupações com os impactos da poluição por plástico no ambiente, não é apresentada uma explicação clara sobre como os plásticos são usados no seu modelo de negócio.
"Estão omissos os impactos que esta utilização tem no ambiente, falta uma descrição dos riscos que o uso intensivo de plástico coloca para o seu negócio e para os investidores e não são explicadas de forma clara as políticas do grupo sobre o plástico, incluindo como estas ações permitem reduzir os seus impactos no ambiente", referem.
As organizações querem que a CMVM solicite a regularização da situação junto da Sonae "de forma a que os investidores, os consumidores e a sociedade em geral possam ter acesso a informação clara e pormenorizada sobre o uso, os impactos e as medidas pensadas e implementadas para os reduzir".
Na nota, as organizações lembram que o Decreto-lei n.º 89/2017, publicado em julho de 2017, "veio transpor a Diretiva Europeia relativa à divulgação de informações não financeiras que requer que as empresas divulguem informação sobre a sustentabilidade do seu negócio, nomeadamente reportando o seu impacto no meio ambiente, os riscos que estes impactos acarretam no seu modelo de negócio e as estratégias de mitigação destes impactos que as empresas pretendem implementar".
De acordo com os signatários da queixa, a forte presença do plástico no modelo de negócio do grupo Sonae é transversal a diversas empresas sob a sua gestão.
"Entre estas empresas encontram-se o Continente, assim como as suas marcas de moda (MO e Salsa), e de venda de bens eletrónicos (Worten), que representam conjuntamente 98% das receitas do grupo", indicam.
No entendimento das organizações, o relatório da Sonae falha em reconhecer e explicitar a contribuição do grupo para os impactos da poluição por plásticos no ambiente, referindo apenas "dados quantitativos sobre produtos de marca própria, ignorando por completo a pegada plástica de outras marcas comercializadas".
O grupo realça também, segundo as organizações, no relatório "dúvidas face à eficácia das políticas de reciclagem em Portugal".
No entanto, segundo as signatárias, as estratégias de combate ao plástico da Sonae "centram-se ainda essencialmente na reciclabilidade e utilização de conteúdo reciclado nos seus produtos, não referindo, no entanto, como é que estas medidas irão contribuir para a mitigação do problema à luz da baixa probabilidade de estes resíduos estarem efetivamente a ser reciclados".
Em comunicado conjunto, a Sciaena, Organização Não Governamental (ONG) que visa promover um ambiente marinho saudável, e a associação ambientalista Zero, em parceria com a ClientEarth (instituição de caridade de direito ambiental) pedem à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que atue enquanto entidade reguladora da área financeira e solicite a regularização da situação.
"Estão omissos os impactos que esta utilização tem no ambiente, falta uma descrição dos riscos que o uso intensivo de plástico coloca para o seu negócio e para os investidores e não são explicadas de forma clara as políticas do grupo sobre o plástico, incluindo como estas ações permitem reduzir os seus impactos no ambiente", referem.
As organizações querem que a CMVM solicite a regularização da situação junto da Sonae "de forma a que os investidores, os consumidores e a sociedade em geral possam ter acesso a informação clara e pormenorizada sobre o uso, os impactos e as medidas pensadas e implementadas para os reduzir".
Na nota, as organizações lembram que o Decreto-lei n.º 89/2017, publicado em julho de 2017, "veio transpor a Diretiva Europeia relativa à divulgação de informações não financeiras que requer que as empresas divulguem informação sobre a sustentabilidade do seu negócio, nomeadamente reportando o seu impacto no meio ambiente, os riscos que estes impactos acarretam no seu modelo de negócio e as estratégias de mitigação destes impactos que as empresas pretendem implementar".
De acordo com os signatários da queixa, a forte presença do plástico no modelo de negócio do grupo Sonae é transversal a diversas empresas sob a sua gestão.
"Entre estas empresas encontram-se o Continente, assim como as suas marcas de moda (MO e Salsa), e de venda de bens eletrónicos (Worten), que representam conjuntamente 98% das receitas do grupo", indicam.
No entendimento das organizações, o relatório da Sonae falha em reconhecer e explicitar a contribuição do grupo para os impactos da poluição por plásticos no ambiente, referindo apenas "dados quantitativos sobre produtos de marca própria, ignorando por completo a pegada plástica de outras marcas comercializadas".
O grupo realça também, segundo as organizações, no relatório "dúvidas face à eficácia das políticas de reciclagem em Portugal".
No entanto, segundo as signatárias, as estratégias de combate ao plástico da Sonae "centram-se ainda essencialmente na reciclabilidade e utilização de conteúdo reciclado nos seus produtos, não referindo, no entanto, como é que estas medidas irão contribuir para a mitigação do problema à luz da baixa probabilidade de estes resíduos estarem efetivamente a ser reciclados".