Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos e o nome apontado para liderar o BCP, convidou Armando Vara, seu vice-presidente no banco público, para ocupar o mesmo cargo na lista que vai elaborar para a administração do BCP, avança hoje a imprensa.

No Domingo, o "Diário de Notícias" noticiou que Armando Vara, vice-presidente da CGD, constava da lista de candidatos de Carlos Santos Teixeira para a administração do BCP. Na edição de hoje adianta que o ex-ministro socialista foi convidado para o lugar de vice-presidente.

De acordo com o "Público", Santos Ferreira justifica a escolha de Armando Vara com "os bons resultados que este tem tido nas áreas de actividade" que dirige no grupo público. Antes de integrar a CGD, Vara não tinha qualquer experiência na gestão bancária. O ex-ministro adjunto de António Guterres e ministro da Juventude e Desporto já terá aceite o convite.

A escolha de Carlos Santos Ferreira e o convite a Armando Vara estão a motivar o protesto do PSD. O líder do partido, Luís Filipe Menezes, considera que os nomes avançados consubstanciam uma "OPA informal do PS" sobre o BCP e que "para ter crédito no banco passará a ser necessário ter cartão do PS". Menezes exige também que seja nomeado alguém ligado ao PSD para presidir à CGD, tendo avançado com o nome de Miguel Cadilhe.

Carlos Santos Ferreira vai apresentar a demissão dos cargos que ocupa na CGD na quarta-feira, para depois apresentar a sua equipa para a administração do BCP. Os nomes, que deverão ser conhecidos formalmente na sexta-feira, terão se ser aprovados na assembleia geral que se vai realizar a 15 de Janeiro. A proposta terá de ser aprovada por 50% mais um voto do capital presente na reunião.

De acordo como o "Público", a escolha de Santos Ferreira-Vara é do agrado do Governo, mas também do grupo de Joe Berardo e de António Mexia (ex-ministro do PSD e próximo de Sócrates), presidente da EDP, nomeado pelo Governo em função da golden share que o Estado tem na empresa.

O presidente da CGD (gestor de carreira) foi proposto por Mexia no encontro de sábado para concorrer à presidência do BCP, com o beneplácito de José Sócrates e de Vítor Constâncio, governador do BdP. Mas o nome do ainda líder da CGD não foi votado formalmente, embora não tenha sido contestado pelos investidores presentes - Eureko, BPI, Sabadel (está vendedor das suas acções), Sonangol, Berardo, Teixeira Duarte, EDP, João Rendeiro, Manuel Fino, Moniz da Maia.