“Toda a história da regulação tem sido conturbada na relação com o poder político. Tem sido um relacionamento complexo e ambivalente. Por um lado, os partidos querem ter influência no nos órgãos de comunicação social e junto dos reguladores. Por outro, havia uma desconfiança dos cidadãos em relação à influência dos partidos em determinados órgãos”, referiu Rui Gomes.

O jornalista e professor universitário sublinhou, no entanto, que essa situação tem vindo a mudar. “Nos últimos anos, com a implementação de uma matriz liberal, esta questão já não se coloca de uma forma tão forte”. De resto, Rui Gomes defendeu que o actual modelo garante a independência da entidade que regulada os media. “É um modelo que procura a maior abrangência possível, com maioria de dois terços. Que procura que alguém não tenha dependência do partido A ou B ou C”.

No âmbito da actividade do organismo que regula os media, Rui Gomes sublinhou ainda a necessidade de defender os mecanismos de auto-regulação. “É um desafio para a ERC promover os mecanismos de auto-regulação, para salvaguardar a participação” dos cidadãos e dos órgãos de comunicação social, mencionou Rui Gomes.

O candidato indicado pelo PS defendeu ainda que a ERC deve “afirmar a sua independência e os seus membros deverão fazer um exercício de discrição” durante o mandato.