Notícia
PSI-20: Lucros por acção sobem 30% e dividendos crescem 50%
Os lucros por acção das 20 maiores cotadas nacionais deverão subir 29% este ano, mas as empresas deverão devolver, em 2005, uma fatia maior dos resultados. O dividendo do PSI-20 deve crescer 50%.
Os lucros por acção das 20 maiores cotadas nacionais deverão subir 29% este ano, mas as empresas deverão devolver, em 2005, uma fatia maior dos resultados. O dividendo do PSI-20 deve crescer 50%.
A melhoria dos resultados projectada pelos analistas encontra eco nos resultados conseguidos pelas emitentes nos primeiros nove meses deste ano. De Janeiro a Setembro, as 20 maiores cotadas nacionais lucraram um total de 2,22 mil milhões de euros, o que representou uma melhoria de 33,83% face ao período homólogo em 2003.
Menos empresas deficitárias no índice
Das empresas que compõem o cabaz, apenas a Media Capital [mcp] apresentou prejuízos no acumulado dos primeiros três trimestres de 2004 mas, até ao final do ano, e acreditando nas projecções dos analistas, a empresa presidida por Pais do Amaral deverá dar a volta à situação.
A Impresa [ipr], a ParaRede [para] e a Sonaecom [snc] são outras cotadas que este ano poderão inverter a situação de prejuízos de 2003.
Dividendos por acção devem crescer 50%
Depois da Sonae SGPS [son] e a PT Multimédia (PTM) [ptm], que este ano presentearam os accionistas com parte dos lucros, em 2005 deverá ser a vez da Jerónimo Martins [jmar] retomar a política de remuneração.
Em Junho, Luís Palha garantiu que a empresa, no próximo ano, iria distribuir, sob a forma de dividendos, 40% a 50% dos lucros obtidos este ano.
O somatório dos dividendos unitários estimados para 2005 ascende a 2,2 euros, um valor 50% acima dos 1,46 euros pagos este ano, relativos ao exercício de 2003.
O crescimento percentual mais acentuado cabe à dona da TV Cabo que, para o ano, vai remunerar cada acção com 0,40 euros, um valor que, mesmo assim, não convenceu os analistas que opinaram, na altura da divulgação, que o balanço dava margem para uma remuneração mais agressiva.
Alguns sugeriam a possibilidade da empresa, tal como a «casa-mãe», encetar um programa de recompra de acções próprias.
A Portugal Telecom (PT) [ptc], em meados de Setembro, anunciou que iria propor, em assembleia de accionistas, a aprovação de uma distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2004, no montante de 0,35 por acção.
Paralelamente, a operadora disse que vai proceder a um novo programa de recompra de acções próprias de até 3% do capital social, após terminar, ainda este mês, o actual «share buy back» que visa comprar 10% do capital.
Emitentes invertem política de retenção de lucros
Feitas as contas, o crescimento dos dividendos supera em muito a subida dos lucros, invertendo a tendência de 2003, quando as empresas do índice aumentarem a remuneração aos accionistas em 8%, quando os lucros subiram 73,7% (em valores absolutos).
A escassez de oportunidades de crescimento e de fusão em alguns sectores, o regresso aos lucros de algumas cotadas, e a política de alguns gestores em compensar os accionistas que confiaram na empresa nos últimos anos de recessão económica, são razões que ajudam a explicar a política mais agressiva das cotadas.