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Propostas da ENI reflectem plano de investimentos da Galp

As propostas apresentadas  pela ENI para a Galp Energia reflectem, em linhas gerais, o plano de investimentos apresentado pela comissão executiva da empresa e que ainda terá de ser aprovado pelos accionistas, revelou ao Jornal de Negócios, Marques Go

28 de Novembro de 2005 às 21:42
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As propostas apresentadas  pela ENI para a Galp Energia reflectem, em linhas gerais, o plano de investimentos apresentado pela comissão executiva da empresa e que ainda terá de ser aprovado pelos accionistas, revelou ao Jornal de Negócios, Marques Gonçalves.

O presidente da comissão executiva da Galp acrescentou que foram identificados pela actual administração sete projectos prioritários que envolvem um investimento superior a três mil milhões de euros, num período entre 5 a 10 anos, financiado com o “cash-flow” e resultados e recurso a capitais externos, aproveitando o baixo endividamento da empresa.

Alguns destes projectos já estão em curso, como é o caso do desenvolvimento da exploração e produção para obter 30% das necessidades da capacidade de refinação.

Outros ainda carecem de aprovação do conselho de administração da Galp, e, em concreto, da ENI. Marques Gonçalves diz estar “100% de acordo” com os projectos anunciados e que visam a duplicar a dimensão da Galp. E se a iniciativa de ontem significar que a accionista italiana, que tem 33,34% da Galp, vai aprovar as propostas desse plano, então será um “facto positivo”.

Se não, a conferência de imprensa dada hoje em Lisboa por dois directores gerais da ENI, para o gás e electricidade e para a refinação e retalho, respectivamente, Luciano Sgubini e Angelo Taraborreli, terá sido apenas um “exercício de comunicação”.

A Galp vai apresentar o plano estratégico em Dezembro aos accionistas representados no conselho de administração.

A ENI, lembra Marques Gonçalves, já recusou no passado algumas das propostas que ontem fez, como a integração das redes de retalho de combustíveis da Agip e Galp em Espanha. 

No caso da refinação, o projecto de 500 milhões de euros para a optimização do processo já tinha sido proposto desde 2000 pela administração da empresa, mas nunca avançou, tendo sido relançado agora pela comissão executiva.

Este investimento, diz Marques Gonçalves, irá gerar a partir de 2009/10, um ganho de 100 a 150 milhões de euros nos resultados anuais da empresa. Por cada mês que é adiado, a Galp “perde” 10 milhões de euros.

Parceria comercial com Fenosa

Também a integração com a Fenosa Gás com os negócios de gás da Galp foi proposta pela comissão executiva no quadro das recentes negociações para a troca da participação da ENI na Galp por metade da Gás de Portugal.

Na altura, lembra Marques Gonçalves, o grupo italiano disse que não se podia comprometer com esta estratégia porque só controlava 50% da participada da Union Fenosa.

Hoje, na conferência de imprensa, a ENI, através de Luciano Sgubini, admitiu que no futuro, com estabilidade accionista e regras de governo da sociedade compatíveis com uma empresa privada, poderia estudar uma proposta conjunta com a Galp para a Unión Fenosa.

Mais tarde, o assessor da administração, Marco Alvera, esclareceu ao Jornal de Negócios que a proposta para a Fenosa Gás assentava sobretudo numa parceria comercial que criaria o segundo maior grupo ibérico de gás com 30% do mercado, embora não tivesse afastado um entendimento com a Galp para os 50% da Fenosa que não são detidos pela ENI.


A Galp Energia manteve contactos para a compra da participação de 22% do Santander na holding Union Fenosa, mas não chegou a fazer proposta, tendo perdido o negócio para o empresário Florentino Pérez. Segundo os responsáveis da ENI na situação actual de instabilidade accionista, não há condições r para uma tomada de posição neste “dossier”.

Em relação ao desenvolvimento da Galp na electricidade, Marques Gonçalves recorda que a EN I se absteve no plano para a energia eólica e diz que os projectos para centrais térmicas estão dependentes de licenças do Governo.

Hoje, a ENI, na primeira conferência de imprensa em Portugal desde a entrada na Galp, reafirmou o seu compromisso estratégico face à empresa portuguesa é à expansão no mercado ibérico.

Explicou que não foi possível realizar estes projectos nos cinco anos de parceria porque faltou a estabilidade accionista na empresa, mas também porque os governos portugueses mudaram de ideias em relação à estrutura accionista da Galp e em relação ao modelo para a organização do sector energético. 

 

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