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Projecto da Portucel em Moçambique inclui centrais de biomassa
O Governo moçambicano convidou a Portucel a investir em centrais eléctricas à base de biomassa, anunciou Diogo da Silveira, presidente executivo da empresa de pasta e papel.
A Portucel pode vir a instalar uma ou várias centrais de biomassa em Moçambique, no âmbito do projecto da construção de uma fábrica de pasta de papel naquele país africano.
O anúncio do projecto foi feito esta sexta-feira, 17 de Julho, e teve como pretexto a visita de Filipe Nyusi, presidente da República de Moçambique, às instalações da Portucel em Setúbal. A proposta para a inclusão das centrais de biomassa no acordo veio da parte do governo moçambicano e prevê que cada uma tenha a potência de 50 megawatt, avançou Diogo da Silveira, presidente executivo da Portucel Soporcel.
As centrais de biomassa, que geram energia através da queima de matéria orgânica, integram um projecto transversal da Portucel, cujo objectivo é a construção de uma unidade de fabrico de pasta de papel. Esta fábrica só vai avançar daqui a seis anos, já que este é o tempo estimado para o crescimento total das árvores no viveiro para serem transformadas neste processo.
O presidente executivo da Portucel diz que o investimento da empresa, que pode chegar aos 2,1 mil milhões de euros, visa a construção do maior viveiro de plantas em África e de uma das mais avançadas fábricas de pasta de papel do mundo. Diogo da Silveira aponta ainda o mercado chinês como o principal alvo das exportações da futura fábrica.
O projecto do maior viveiro de plantas em África prevê a produção de 12 milhões de árvores por ano e será inaugurado no próximo mês de Setembro.
A Portucel conseguiu junto do governo moçambicano um direito de utilização e acesso à terra por um período de 50 anos (que podem ser renovados por outros tantos, num total de 100 anos) numa extensão de 356 mil hectares nas regiões de Manica e da Zambézia e pretende impulsionar o desenvolvimento local. A Portucel prevê a criação de sete mil postos de trabalho imediatamente, mas o presidente Filipe Nyusi – em Portugal numa visita de Estado - acredita que podem até ser mais: "Através deste projecto podem ser beneficiadas cerca de 45 mil pessoas, directa ou indirectamente". Além do emprego, o presidente moçambicano acredita que este projecto "vai beneficiar as comunicações em Moçambique". "A Portucel será acarinhada em Moçambique", acrescentou.
Pedro Queiroz Pereira, presidente do conselho de administração da Portucel, diz mesmo que a fábrica de Moçambique será maior do que todas em Portugal e chama a este investimento um "projecto de uma vida", enquanto o CEO da Portucel, Diogo da Silveira, diz que este "é um investimento de uma geração que só dará retorno daqui a 25 anos".