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Presidente da Vivo compreende «frustração» de accionistas com resultados

O novo presidente da Vivo, Roberto Lima, entende que os accionistas das participadas da empresa fiquem «um pouco frustrados quando apresentamos resultados no «vermelho» e lembrou o potencial de mercado, a reestruturação societária e a expectativa de queda

24 de Fevereiro de 2006 às 16:26
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O novo presidente da Vivo, Roberto Lima, entende que os accionistas das participadas da empresa fiquem «um pouco frustrados quando apresentamos resultados no «vermelho» e lembrou o potencial de mercado, a reestruturação societária e a expectativa de queda nos juros como bases para o alcance de lucros.

Embora Francisco Padinha, anterior presidente da operadora brasileira tenha afirmado que, em 2005, caso o mercado ajudasse, o maior activo da companhia teria lucros, ao invés, a Telesp Celular Participações apresentou um agravamento dos prejuízos, no ano passado, em 85,5% para os 909,2 milhões de reais ( 356,82 milhões de euros).

Em 2004, a empresa tinha melhorado os resultados negativos em 20%.

Questionado sobre se apoia a ideia de que as participadas da Vivo só têm dado prejuízos aos accionistas, como defende Belmiro de Azevedo, que lançou uma oferta para comprar a PT, dona de 50% da Vivo, Lima referiu que «os balanços mostram isso», mas que a empresa dar lucros «é uma questão de tempo», destacando as sinergias que virão da reestruturação societária de cotar somente a Vivo Participações em Bolsa e o potencial de mercado.

Roberto Lima falava na conferência para analistas que o Jornal de Negócios Online acompanhou.

Belmiro entende que a posição na Vivo deve ser vendida por que não está a dar retorno aos accionistas.

O principal factor que, impulsionou o agravamento dos prejuízos, foi a necessidade de um reforço das provisões para cobrir dívidas de utilizadores que, estão a usar ilegalmente a rede da Vivo, sem que sejam clientes efectivos da empresa, mas que como estão em regiões, em que a Vivo não actua, a companhia tem que pagar o uso de rede a concorrentes, sem poder facturar isso aos fraudulosos.

Essas fraudes, designadas de «clonagem», incorreram num reforço de provisões na ordem dos 569,9 milhões de reais (223,66 milhões de euros), o que representa um aumento para mais do dobro do valor inscrito em período homólogo.

O esmagamento das margens pelos dois concorrentes da Telesp Celular também prejudicou a actividade no ano passado. A empresa registou uma margem de EBITDA de 27,3% contra 18% da principal concorrente e margem negativa da outra, destacou Lima.

Também «os juros altos não ajudam». Por isso, o executivo entende que para se alcançar lucros será necessária «uma queda na taxa de juros que ainda é muito alta».

A obtenção de ganhos fiscais com a reestruturação societária, que vai transformar as participadas na Vivo Participações, também aparecem como factores positivos.

O executivo destaca o potencial de mercado e a solidez na manutenção dos clientes sem recorrer à diminuição drástica das margens como positivos no desempenho da actividade em 2005.

No ano passado, a empresa ficou com perto de 30 milhões de clientes, com um crescimento de 14,6% na base de clientes e quebra na quota para os 45,2%, mas mantendo a liderança no mercado móvel no Brasil. «Tivemos uma capacidade de resistência num mercado competitivo», salientou o presidente. O objectivo da empresa é o de «defender o market share, manter as margens elevadas e melhorar a estrutura de capitais», metas alcançadas em 2005.

As receitas líquidas cresceram 4,3% em 2005 e as receitas de dados subiram 45%.

O EBITDA caiu dos 2,588 para os 2,039 mil milhões de reais (1,017 mil milhões de euros para 802 milhões de euros) e o ARPU (a receita média mensal por cliente) baixou 10%.

Investe em redes das concorrentes

Para evitar a recorrência do aumento das provisões para cobrir fraudes de utilizadores, a Vivo fechou, ontem, um acordo, com algumas de suas concorrentes em regiões em que não tem cobertura, para efectuar investimentos que autentiquem os números de telemóveis.

Roberto Lima diz que só passando as redes analógicas a digitais dessas concorrentes conseguirá controlar as fraudes e terminar com esses encargos que estão a prejudicar a actividade da empresa.

O executivo não quis detalhar valores mas especificou que a região do nordeste é a que mais vai precisar de investimentos.

*Correspondente em São Paulo

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