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Presidente da Galp defende criação de OPEP do gás
O presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, acredita que a criação de uma OPEP para o sector do gás seria a melhor solução para estabilizar o sector e acabar com as incertezas na segurança de abastecimento gasista.
O presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, acredita que a criação de uma OPEP para o sector do gás seria a melhor solução para estabilizar o sector e acabar com as incertezas na segurança de abastecimento gasista.
"A OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] é o único ‘cartel’ transparente que funciona, e deveria ser criada uma entidade semelhante para o sector do gás", afirmou o responsável durante o debate sobre estratégia europeia para a energia na Fundação Serralves, no Porto.
A par disso o CEO da Galp pensa que as competências da Agência Internacional de Energia (AIE) deveriam ser também alargadas ao sector do gás.
"Desta forma seria possível conciliar a oferta e a procura antecipando a intervenção dos reguladores que por vezes podem ser inimigos da concorrência".
Ferreira de Oliveira comparou a actuação da OPEP a um cartel afirmando que este é "o único organismo anti-mercado que funciona de forma oficial e transparente", salientando mesmo que o "pior que o um cartel aberto é um cartel clandestino a que só uns têm acesso".
O presidente da petrolífera está confiante de que com a criação de um "cartel de gás" passaria a haver uma partilha transparente de informação e concertação de estratégias que seriam benéficas para todos, "já que há tanto poder do lado da oferta como da procura".
"Tenho muito medo de muita regulação e acredito no funcionamento das empresas para assegurar a concorrência do mercado".
Ao contrário de vários intervenientes do sector, como o presidente da Energias de Portugal (EDP), António Mexia, e até o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que estão alarmados com a crise na segurança do abastecimento do gás, Ferreira de Oliveira desdramatiza. "Não é uma falsa questão, mas não é tão grave quanto tantas vezes se diz".
A Rússia tem grandes reversas de gás, mas "também precisa de vendê-las à Europa".
Ferreira de Oliveira está convencido de que o segredo para evitar crises futuras é "diversificar os fornecedores", por exemplo Argélia, Qatar, Egipto, entre outros.