A construtora alemã de automóveis de luxo Porsche, em dificuldades financeiras, rejeitou hoje a oferta da filial Volkswagen para uma fusão entre os dois grupos. As acções reagiram em alta a esta decisão.

"Há uma oferta da Volkswagen. Para nós, esta via não é praticável", indicou à agência France Presse um porta-voz da Porsche.

A imprensa alemã revelou este fim-de-semana que a Volkswagen tinha apresentado um projecto de participações cruzadas entre os dois grupos, devendo saldar-se a prazo numa fusão.

Segundo este projecto, o número um do automóvel compraria 49,9% das actividades automóveis do seu primeiro accionista Porsche, que detém actualmente 51% da VW.

Este projecto foi transmitido a Wolfgang Porsche "na semana passada", mas "não foi dado a conhecer ao directório da Porsche", explicou o porta-voz da Porsche.

A situação estava há várias semanas a tornar-se mais tensa entre a Porsche e a Volkswagen e sobretudo entre os multimilionários das famílias Porsche et Piëch, accionistas históricos da construtora de carros desportivos.

Os dois primos, Ferdinand Piëch, próximo da Volkswagen, onde preside o conselho de supervisão, e Wolfgang Porsche, que ocupa a mesma função na Porsche, - confrontam-se sobre a maneira de tirar a Porsche do impasse financeiro em que a compra de 51% da VW a meteu.

Piëch prefere uma fusão com VW, enquanto o primo continua a apoiar o muito contestado do patrão da Porsche, Wendelin Wiedeking, que quer salvaguardar a independência da Porsche e está em conversações com o Qatar para encontrar uma solução alternativa.

As acções da Volkswagen seguem a cair 2,06% para 244,50 euros, na Alemanha enquanto a Porsche subia 1,76% para 46,30 euros.