“Perdemos o interesse [na privatização dos CTT] porque não há concurso”, revelou Paulo Fernandes à margem da apresentação do novo projecto da Altri para a produção de pasta solúvel na fábrica da Caima.

“Não percebo como é que o IPO vai dar mais encaixe do que um concurso competitivo com oito interessados. Um IPO tem de ter desconto, enquanto num concurso competitivo as pessoas têm de se esforçar no preço”, acrescentou o presidente da Altri.

“Fomos convidados a apresentar propostas” e “investimos na montagem da proposta”, pelo que “não posso dizer que ficámos agradados” com a decisão do Governo de avançar com a venda em bolsa dos CTT.

“Dias depois de entregarmos a proposta soubemos que a operação ia ser feita por dispersão em bolsa. Ninguém nos contactou. Soubemos pelos jornais”, acrescentou o responsável.

Paulo Fernandes disse que “não” está interessado em participar no IPO. “O consórcio está desfeito, o que queríamos era controlar a empresa a 100%”, adiantou o presidente da Altri e da Cofina – dona de publicações como o Negócios. O consórcio era compostos pelas famílias fundadoras do Grupo Cofina.

Sobre a possibilidade de posteriormente participarem na venda do restante capital que fica nas mãos do Governo, e que rondará os 30%, Paulo Fernandes não se comprometeu. “Vamos ver como corre o IPO.”

Questionado sobre a participação noutro processo de privatização, Paulo Fernandes apenas disse: “Somos investidores, estamos sempre atentos a oportunidades”.