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Paulo Campos: “Túnel do Marão será desastre económico e financeiro”
Ex-governante critica Governo por ter desembolsado quase 200 milhões de euros mas não ter assegurado contrato de financiamento.
O ex-secretário de Estado das Obras Públicas criticou esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito às PPP que no caso do Túnel do Marão, obra que está parada desde 2011, “está a perder o Estado, os contribuintes, a economia local, o desenvolvimento da região e a concessionária”. Em sua opinião, apenas os bancos saem a ganhar.
Paulo Campos, que questionou as razões para que a concessionária do túnel, detida pela Somague e MSF, não tenha sido chamada à comissão, sublinhou que os contratos de financiamento contratados previam um spread de 0,4% a 1%, criticando que esses contratos tenham sido “deitados abaixo” para agora se ir celebrar novos, com outras condições.
O ex-governante, que lembrou que o problema do financiamento do túnel foi a única razão que impediu que as obras avançassem, voltou a criticar que o Estado tenha pago quase 200 milhões mas “sem assegurar que o contrato de financiamento se mantivesse”.
“Ao fazer o resgate, em que contratos de financiamento e construção já foram anulados, o Estado para terminar o túnel tem de fazer novos contratos e isso tem risco associado, nomeadamente do financiamento”, afirmou, sublinhando que a taxa de juro é agora “consideravelmente superior ao que estava contratado”.
Em sua opinião, “os contribuintes estão a ser lesados”, adivinhando-se um “desastre económico e financeiro nessa matéria”.