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O que preocupa as empresas? Instabilidade e ciberataques entre os maiores riscos

Os empresários portugueses apontam a instabilidade política e social como um dos grandes riscos para 2025. Os ataques cibernéticos vêm logo atrás, num ranking em que os eventos climáticos extremos merecem destaque. Lá fora são mesmo apontados pelos gestores como o maior risco.

Havia em setembro 336 empresas a recorrer ao lay-off, menos 86 do que no mês anterior.
As empresas nacionais estão atentas aos riscos, mas têm de mostrar que se conseguem adaptar e inovar perante as suas preocupações. Hannibal Hanschke/Reuters
03 de Abril de 2025 às 07:45
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A instabilidade política sentida em Portugal, com o terceiro Governo em pouco mais de três anos, e um pouco por todo o mundo, principalmente por causa da nova guerra comercial iniciada por Donald Trump, e a instabilidade social assume-se como a principal preocupação dos empresários portugueses para 2025. 

O estudo "Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos" da Marsh Portugal indica que as empresas estão atentas aos temas da atualidade. Este foi um dos riscos respondidos por 54% das empresas inquiridas - de um total de 160 - no estudo e converge com o que tinha sido apresentado na edição anterior

O último relatório do Fórum Económico Mundial também apontava que os decisores políticos e líderes da indústria traçavam um cenário sombrio para a próxima década, estando menos otimistas perante o quadro global turbulento. Mais de metade dos 900 inquiridos deste relatório esperava instabilidade num prazo de dois anos, como forma de reflexão da fragmentação da cooperação internacional.

Os ataques cibernéticos são apontados por 47% das empresas como o segundo maior risco, uma vez que estes continuam a aumentar em quantidade e sofisticação.

A estes dois temas seguem-se a retenção de talento (45%), a ocorrência de eventos climáticos extremos (38%) e o compromisso dos trabalhadores para com a empresa (22%). Este último desafio registou uma das maiores subidas face à edição do ano passado, tendo passado do oitavo lugar para quinto, significando que as empresas estão atentas ao envolvimento e motivação dos seus funcionários, destacando-os como fatores críticos para o sucesso da organização, uma vez que o descontentamento dentro da empresa pode levar à queda da produtividade e aumento da rotatividade dos trabalhadores. 

No entanto, há diferenças em relação às respostas obtidas junto das empresas internacionais. Os eventos climáticos (59%) voltam a ser apontados como o principal risco, e observa-se uma subida de 10 pontos percentuais.

O crime cibernético e insegurança cibernética (33%), a estagnação económica prolongada (30%), os conflitos interestatais (29%) e as crises fiscais e financeiras em economias-chave (28%) são outros riscos apontados pelos empresários um pouco por todo o mundo.

"Os riscos destacados em Portugal refletem preocupações globais, como os ataques cibernéticos e os eventos climáticos extremos, por exemplo. O 'Global Risks Report 2025' indica que a crise climática e a instabilidade económica são preocupações universais. As empresas portuguesas não estão, portanto, isoladas nas suas preocupações, fazendo parte de um panorama global onde os riscos, por serem globais e interconectados, carecem de respostas igualmente abrangentes", destaca Fernando Chaves, especialista de risco da Marsh Portugal.

"As empresas portuguesas estão cada vez mais conscientes da complexidade e interconexão dos riscos que enfrentam. Esta perceção reflete a necessidade urgente de adaptação e inovação, à medida que se preparam para um futuro incerto e desafiante. Num cenário empresarial em constante evolução, a gestão de riscos deve assumir um papel estratégico, permitindo às organizações antecipar desafios e fortalecer a sua resiliência", acrescenta o responsável. 

O facto das alterações climáticas serem apontadas como um dos riscos mais significativos para as empresas, com muitos a identificarem mesmo uma preocupação crítica, evidencia uma "maior consciencialização sobre a urgência e gravidade" deste tópico.

A estabilidade económica, uma vez que as empresas dependem das trocas comerciais entre países, foram registadas como desafio em 2025 por 30%. Trata-se de uma redução face ao ano passado, com algumas das companhias a indicarem uma perspetiva de estabilização ou mesmo recuperação da economia global. 

Com as preocupações em cima da mesa, 40% das empresas considera que a gestão de riscos deve ter importância e grande parte confirma dar prioridade a esta prática. A maioria das empresas indica que o investimento na gestão de riscos dentro da organização se manteve estável nos últimos anos.

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