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Novabase diz-se «perplexa» com declarações de Sousa Cintra (act)

A Novabase diz-se «perplexa» com as declarações proferidas ontem pelo presidente da Drinkin, José Sousa Cintra, na SIC Notícias, sobre o não pagamento de facturas relativas à fábrica de cervejas do empresário por serviços prestados pela empresa de serviço

Negócios 04 de Junho de 2004 às 15:19
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A Novabase diz-se «perplexa» com as declarações proferidas ontem pelo presidente da Drinkin, José Sousa Cintra, na SIC Notícias, sobre o não pagamento de facturas relativas à fábrica de cervejas do empresário por serviços prestados pela empresa de serviços tecnológicos.

A empresa liderada por Rogério Carapuça afirma que o caso remonta ao intervalo de tempo que decorreu entre Setembro de 2001 e Novembro de 2002. Nesse período, a Novabase desenvolveu e forneceu um sistema de informação baseado em SAP R/3 à DrinkIn.

Segundo a Novabase, partir de certo momento, a DrinkIn deixou de pagar as facturas «de forma abrupta e sem qualquer explicação ou justificação» e que ascendiam a 270 mil euros.

Sousa Cinta acusa Novabase de ter prestado um mau serviço

José Sousa Cintra, à SIC Notícias, declarou ter deixado de pagar à Novabase pelo facto de considerar que a empresa tecnológica prestou um mau serviço. No entanto, a Novabase, nesse mesmo comunicado, realça que os serviços «foram integralmente prestados e aceites sem qualquer reserva ou reclamação por parte da Drinkin, tendo esta, inclusivamente, apresentado publicamente o sistema como um ‘caso de sucesso’».

A Novabase garante, ainda, que tentou por várias vezes que a Drinkin procedesse ao pagamento das facturas em atraso, tendo mesmo a 23 de Julho de 2003 interpelado, por carta, a Drinkin, «para esta pagar no prazo de 5 dias úteis as quantias em dívidas, com a advertência expressa que ‘(...) não existindo qualquer motivo relacionado com os serviços prestados a V. Exas., susceptível de justificar o atraso no pagamento dos mesmos, seremos forçados a concluir pela incapacidade de V. Exas. em cumprirem pontualmente a generalidade das obrigações vencidas, indiciadora de situação economicamente inviável das empresas de V. Exas’.

Esta carta, o montante reclamado pela Novabase, a antiguidade da alegada dívida e a alegada não contestação da mesma por parte da Drinkin, bem como a falta de informação económico-financeira da empresa de Sousa Cintra, levaram, segundo o comunicado, a Novabase a «considerar que a Drinkin não apresenta capacidade para satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações e, nessa medida, concluir pela inviabilidade económica desta empresa», pelo que requereu a sua falência.

Esta é a resposta da Novabase à acusação de Sousa Cintra de a empresa tecnológica ter actuado de má fé, por ter requerido de imediato a falência da Drinkin em vez de ter interposto uma acção de execução da dívida.

«Decorridos cerca de mais 4 meses sem obter qualquer resposta à carta referida e às outras múltiplas diligências, formais e informais, que efectuámos para obter o pagamento do nosso crédito, ou pelo menos a indicação de um plano de pagamentos para a dívida em causa, a Novabase foi forçada, no exercício legítimo do direito a que a lei confere a qualquer credor, (?) a instaurar, em 3 de Outubro de 2003, contra a DRINKIN, um processo especial de falência, o qual corre os seus trâmites normais pelo Tribunal da Comarca de Santarém», diz a Novabase em comunicado.

No mesmo comunicado, a Novabase confirma, tal como o Jornal de Negócios avançou, o indeferimento do Tribunal da Relação de Évora ao recurso apresentado pela Drinkin que tentou, desta forma, ilegitimar o processo de falência. «A Drinkin, após ser notificada pelo Tribunal de Santarém, que o processo de falência iria prosseguir os seus trâmites normais, não sendo objecto de indeferimento liminar, recorreu para o Tribunal da Relação de Évora. O Tribunal da Relação de Évora, em decisão de 27 de Maio de 2004, já confirmou a decisão do Tribunal de Comarca de Santarém no sentido da prossecução dos termos do processo de falência, uma vez que a pretensão da Novabase mostra-se adequadamente estruturada do ponto de vista da aptidão para poder conduzir à sua eventual procedência», diz o comunicado.

Para a Novabase esta decisão da Relação, fundamenta o pedido da Novabase. «Por outro lado, tal decisão do Tribunal da Relação de Évora permite ainda confirmar a postura de boa fé da Novabase no procedimento instaurado contra a Drinkin», diz a Novabase.

Finalmente, face às acusações de Sousa Cintra, ontem na SIC Notícias, de existirem reduções de salários dos trabalhadores da Novabase, a tecnológica garante ser «manifestamente falso, calunioso e visa unicamente prejudicar a imagem e o bom nome da Novabase», pelo que ao atentar contra a «credibilidade, prestígio, bom nome, honra e dignidade» da Novabase, a empresa «não deixará de dar, no local e no momento considerado oportuno, as respostas judiciais que entender como mais apropriadas».

Apesar de serem vários os fornecedores que reclamam dívidas à Drinkin, apenas a Novabase requereu a falência da empresa.

Cintra está de «boa saúde»

Sousa Cintra tem acusado a Novabase de má fé e diz que vai interpor um processo contra a tecnológica. Em entrevista à SIC Notícias, Sousa Cintra admitiu que o grupo em Portugal tem alguns problemas, apesar de dizer que «estamos de boa saúde».

A razão atribuída por Sousa Cintra para o facto de a Cerveja Cintra não ter atingido os objectivos a que se tinha proposto (no lançamento diziam querer 10% de quota no primeiro ano de actividade, ao fim de dois anos estão com cerca de 3%) é a falta de publicidade e marketing. Sousa Cintra diz estar à espera de vender uma participação no negócio cervejeiro no Brasil para «poder investir em Portugal».

Quando decidir avançar com uma campanha, Sousa Cintra diz que pretende investir 10 milhões de euros em marketing e publicidade.

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