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Nokia afunda quase 25% com 5G a tramar dividendos e perspetivas

A Nokia conseguiu surpreender pela positiva com os resultados do terceiro trimestre, que ficaram acima das estimativas dos analistas. Contudo, as ações precipitam-se em queda após cortes nos dividendos e nas perspetivas.

24 de Outubro de 2019 às 09:57
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A finlandesa Nokia apresentou resultados acima do esperado, mas nem tudo foram boas notícias. A empresa anunciou que iria baixar as perspetivas para o ano e suspender o pagamento de dividendos, uma vez que os gastos necessários para fazer face à concorrência atrasaram as receitas que se esperava obter com o 5G. Os investidores "castigaram" em bolsa, onde a empresa já deslizou quase 25%.

As ações da Nokia seguem com uma queda de 22,29% para os 3,6665 euros, tendo chegado a descer 24,60% para os 3,5575 euros. Este último valor é um mínimo de 30 de agosto de 2013, isto é, mais de seis anos. É a maior queda intradiária desde 1991. 

As estimativas quanto às receitas e às margens da Nokia foram reduzidas pela empresa, tanto para este ano como para o próximo. De acordo com as projeções da cotada, esta só deverá assistir a uma recuperação do nível de receitas em 2021, cerca de um ano mais tarde do que o inicialmente previsto. A margem operacional, diz agora a Nokia, deverá situar-se nos 8,5% em 2019, quando as estimativas iniciais apontavam para os 9,3%. Em 2020, a mesma métrica reduz de 12,9% para os 9,5%.

O intervalo de ganhos por ação (EPS, na sigla em inglês) previstos para 2019, que estava entre os 25 cêntimos e os 29 cêntimos, desceu para o intervalo entre 18 cêntimos e 24 cêntimos. Quanto a 2020, as perspetivas de que o EPS se colocasse entre 37 e 42 cêntimos é substituída pelo intervalo entre 20 e 30 cêntimos. 

A completar o pacote de surpresas amargas para os investidores, esteve o anúncio de que não serão distribuídos dividendos relativos aos terceiro e quarto trimestres fiscais de 2018. A entrega de dividendos deverá ser retomada assim que a empresa aumente a liquidez para 2 mil milhões de euros, sendo que em 2019 pretende acabar o ano nos 1,5 mil milhões de euros.

"Alguns dos riscos que perspetivámos em relação ao 5G estão agora a materializar-se", explicou o CEO Rajeev Suri, apontando a competição de preços e o encarecimento acentuado do custo dos produtos. 

O plano da empresa é investir mais no 5G de forma a tornar os produtos menos caros do ponto de vista dos custos e, assim, "mitigar progressivamente" o impacto financeiro. 

Resultados ainda surpreendem

A Nokia conseguiu lucros de 478 milhões de euros no terceiro trimestre, acima da estimativa de 451,8 milhões de euros que era apontada pelos analistas consultados pela Bloomberg. As vendas, de 5,69 mil milhões de euros, também superaram os 5,63 mil milhões que estavam previstos.
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