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Morreu empresário Manuel Fino
O empresário Manuel Fino morreu esta quinta-feira aos 98 anos de idade no Hospital CUF, em Cascais.
01 de Junho de 2023 às 10:38
Manuel Fino, histórico empresário que foi acionista do BCP, Soares da Costa e Cimpor, morreu esta quinta-feira de manhã aos 98 anos, avança o Jornal Económico. O empresário faleceu no Hospital CUF em Cascais.
Manuel Fino foi um dos intervenientes na guerra de poder pelo controlo do BCP, sendo um dos aliados de Paulo Teixeira Pinto, e o crédito contraído junto da Caixa Geral de Depósitos para reforçar em 2007 a sua participação no banco privado viria a conduzir o grupo de Manuel Fino à falência.
A sua participação na Cimpor tornou-se um negócio polémico, depois de ter recebido um empréstimo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em troca de ações da empresa com um valor que terá sido bastante superior ao do mercado.
Manuel Fino nasceu na Covilhã em 1925, mas os negócios da família ligados aos lanifícios passaram depois para Portalegre, com o pai de Manuel Fino a trabalhar na Fábrica de Lanifícios de Portalegre e depois a geri-la, um negócio entregue aos filhos na década de 1950.
Apesar das ligações ao regime liderado por António de Oliveira Salazar, a fábrica de Portalegre continuou na família após a revolução de 25 de Abril de 1974, escapando à vaga de nacionalizações. A aposta na produção de tecidos sintéticos viria a ser um sucesso. Em 1976, Manuel Fino é eleito pelo semanário Expresso o empresário do ano.
Depois de, ao longo de anos, ter diversificado o seu investimento com participações em diversos setores, tendo sido acionista da Soares da Costa e do banco BCP, seguiu-se um período mais conturbado nos negócios.
Em 2019, o administrador da "holding" Investifino José Manuel Fino, filho de Manuel Fino, foi à comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD dizer que a empresa não tinha "meios financeiros" para pagar a dívida ao banco público.
"Não há meios financeiros para a pagar", disse José Manuel Fino sobre a dívida à CGD, durante a sua audição, referindo que "a situação atual é de incumprimento porque a Investifino não tem mais património do que deu como garantia à Caixa".
Este património era, sobretudo, ações da Cimpor, entretanto vendidas, ações do BCP desvalorizadas, e ainda da construtora Soares da Costa, empresa em reestruturação, avançou o gestor na altura.