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Ministro da Economia quer empresas a pagar melhores salários
Pedro Siza Vieira diz que é preciso apoiar o crescimento da produtividade nas empresas para que possam remunerar melhor os trabalhadores. Caso contrário, "vamos confrontar-nos com problema de disponibilidade de recursos humanos", alertou.
O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, assumiu esta quarta-feira, no Parlamento, que "a tarefa política mais importante nos próximos anos" é "apoiar o crescimento da produtividade nas empresas", porque "só assim vão ser capazes de pagar melhor e valorizar os recursos humanos".
Na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o responsável salientou que de todos os setores de atividade o motivo das queixas que ouve é o mesmo: "a falta de recursos humanos em quantidade e com qualificações adequadas".
Siza Vieira frisou que de 2008 a 2018 Portugal perdeu 300 mil pessoas da sua população ativa, referindo-se a "uma situação de fragilidade". "Há seis ou sete anos os portugueses partiam porque não tinham emprego. Hoje continuam a partir porque não encontram condições de trabalho e salários de acordo com as suas aspirações", afirmou o ministro da Economia.
Ainda assim, assegurou, "estamos a ver que os salários estão finalmente a aumentar. Não apenas o salário mínimo, mas o salário médio também começa a recuperar".
"Ou nós conseguimos encontrar uma forma de o nosso tecido empresarial tratar adequadamente os recursos humanos, designadamente ao nível remuneratório, ou vamos confrontar-nos com um problema de disponibilidade de recursos humanos", disse ainda.
Para Pedro Siza Vieira, "o modelo de desenvolvimento para o país não pode passar pela desvalorização dos custos do trabalho", além de que "Portugal ou investe na qualificação do recursos humanos ou ficará para trás, porque está sempre a surgir um Vietname ou um Bangladesh que por via dos custos nos vai sempre derrotar".