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Miniparque solar flutua sobre barragem de resíduos de cobre

O Chile encontrou um novo uso para as barragens que armazenam os resíduos líquidos das enormes operações de extração de cobre: a geração de energia.

D.R.
23 de Março de 2019 às 17:00
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A Anglo American instalou 256 painéis fotovoltaicos na barragem de resíduos do complexo Los Bronces, no Chile, segundo a empresa o primeiro projeto do tipo no mundo. Os painéis flutuam sobre minerais moídos potencialmente tóxicos e efluentes do solo extraídos de rochas escavadas na mina. O projeto-piloto deverá gerar 150.000 quilowatts-hora por ano e ajudar a abastecer as operações no local, anunciou a empresa.

 

Embora no todo a quantidade de energia seja pequena, o ministro chileno da Mineração, Baldo Prokurica, classifica o projeto solar como mais um exemplo da liderança do país – o maior produtor de cobre do mundo – no aperfeiçoamento do tratamento dos resíduos pelas mineradoras.

 

O Chile foi o primeiro país a proibir as chamadas barragens a montante, de manutenção mais barata, que provocaram acidentes fatais como o do rompimento de uma barragem numa mina da Vale no Brasil que matou pelo menos 180 pessoas em janeiro.

 

"Estamos a avançar em direção a uma atividade de mineração mais sustentável, desenvolvendo ativamente novas soluções e estimulando outras formas de pensar e de trabalhar", sublinha Patricio Chacana, vice-presidente de operações da Los Bronces.

 

Os painéis na Los Bronces foram especialmente projetados para suportar as condições extremas da Cordilheira dos Andes, onde a mina está localizada. Os painéis podem receber ventos de 210 quilómetros por hora, segundo a empresa.

 

Preservação da água

 

Outra vantagem: segundo a Anglo, os painéis protegerão o líquido da barragem da luz solar direta, reduzindo a evaporação em 80% e melhorando o índice de recuperação da água. A água reciclada representa cerca de 45% da procura total por água de uma operação.

 

Além do projeto de energia solar, o governo do Chile também estuda iniciar um projeto-piloto para monitorizar ao vivo as operações dos depósitos de resíduos, disse Prokurica. As comunidades locais receberiam alertas por telefone se ocorresse uma emergência nalguma das barragens, explicou. O país já regula a distância mínima entre os centros urbanos e os depósitos de resíduos de mineração.

 

(Texto original: A Mini-Solar Farm Is Floating in a Dam of Liquid Copper Waste)

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