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Mercado de vendas supera perspetivas do mercado de arrendamento imobiliário
Os promotores imobiliários estão mais otimistas em relação à venda do que ao arrendamento. É esperado que os preços das vendas cresçam 5% ao longo do próximo trimestre face à estabilização no mercado dos arrendamentos.
Os promotores imobiliários estão a preferir o mercado de venda de habitações ao do arrendamento, segundo os dados do Portugueses Investment Property Survey compilado pela Confidencial Imobiliário e pela APPII (Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários) que prevê uma variação de 5% nos preços das vendas face à estabilização (crescimento de 0,3%) para o preço dos arrendamentos ao longo dos próximos três meses.
O inquérito prevê ainda uma evolução claramente positiva dos indicadores para o mesmo período e salienta a "contínua melhoria" que tem sido observada. Só o Indicador de Sentimento "recuperou 60 pontos face aos -54 pontos que registava no 2º trimestre de 2020, atingindo 6 pontos no trimestre em curso", enquanto o Indicador de Expectativas "exibe um resultado positivo pela primeira vez desde início deste inquérito (4º trimestre 2019)" chegando aos 38 pontos "numa recuperação de 64 pontos face ao 1º trimestre do ano".
Face à evolução dos indicadores os promotores imobiliários estão agora menos interessados no arrendamento que era considerado atrativo ou muito atrativo para 73% dos inquiridos no primeiro trimestre do ano. Neste trimestre essa percentagem cai para 58%. Já 39% acreditam agora que esta é uma possibilidade remota de investimento, contra 21% no primeiro trimestre.
O diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, explica estes dados aparentemente com "o bom desempenho do mercado de vendas e a quebra confirmada das rendas, conforme mostra o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário".
Já o presidente da APPII, Hugo Santos Ferreira, ressalta que "os promotores reconhecem, sem dúvida, o potencial do mercado de arrendamento. Mas naturalmente, perante um contexto operacional onde persistem elevados custos de produção, muitos entraves em termos de burocracia, além de instabilidade legislativa grave, muitas das intenções de investimento acabam por ser travadas".
A pesar contra o arrendamento está ainda "um mercado de venda com boas perspetivas de evolução e que já provou que é resiliente a grandes choques conjunturais".
"Enquanto não resolvermos, ou pelo menos mitigarmos, este tipo de problemas, vamos continuar sem ter um mercado de arrendamento em Portugal e muito menos um mercado de arrendamento acessível aos portugueses, onde os custos de contexto são especialmente sentidos e inviabilizadores", defende ainda o presidente da APPII.