Notícia
Manuela Moura Guedes admitida como assistente no processo Face Oculta
A jornalista Manuela Moura Guedes foi admitida como assistente no processo Face Oculta após ter formalizado um pedido há mais de um mês, tendo como objectivo "auxiliar o Ministério Público na procura da verdade".
07 de Janeiro de 2010 às 17:58
A jornalista Manuela Moura Guedes foi admitida como assistente no processo Face Oculta após ter formalizado um pedido há mais de um mês, tendo como objectivo "auxiliar o Ministério Público na procura da verdade".
"Acho que como assistente posso neste caso auxiliar o Ministério Público (MP) na procura da verdade", disse à agência Lusa Moura Guedes, revelando ter recebido hoje a informação de que o seu pedido foi aceite, pelo que "já é assistente no processo Face Oculta".
A suspensão na TVI do Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes, em vésperas das eleições legislativas de Setembro de 2009, tornou-se manchete na imprensa, fez cair a Direcção de Informação daquela televisão e transformou-se num facto político, com a oposição a insinuar a intervenção do Governo, o que o primeiro-ministro, José Sócrates, desmentiu.
Manuela Moura Guedes considerou que em "determinados aspectos poderá ajudar" na descoberta da verdade, sendo que como assistente pode requerer diligências de prova no processo.
Questionada sobre se a sua intervenção no processo Face Oculta, onde há escutas telefónicas (entretanto declaradas nulas) entre o primeiro-ministro e o arguido Armando Vara, não pode ser interpretada como uma questão pessoal com José Sócrates, Manuela Moura Guedes assegurou não ter qualquer "questão pessoal com o primeiro-ministro".
"Para já, não conheço o senhor primeiro-ministro. Portanto, é impossível ter qualquer questão pessoal" com ele, vincou. Confrontada com o facto de o próprio primeiro-ministro ter feito declarações públicas pouco abonatórias relativamente ao Jornal Nacional da TVI, Manuela Moura Guedes referiu que esse "caso está em tribunal", alegando que foi posta em causa a "credibilidade" e a "seriedade" dos jornalistas que formavam a equipa do jornal.
A jornalista sublinhou que o Jornal Nacional da TVI não teve qualquer notícia desmentida e que o serviço noticioso sempre se referiu ao primeiro-ministro como figura pública e no exercício das suas funções e não à sua pessoa, pelo que achou "estranho" que tenha sido posta em causa a credibilidade do Jornal Nacional.
Quanto à decisão do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de declarar nulas as escutas de conversas telefónicas entre José Sócrates e Armando Vara, disse "não perceber qual é o valor jurídico do despacho", porque se não houve inquérito "não percebe qual o valor jurídico do despacho" em causa.
No processo Face Oculta, que investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, vice-presidente do BCP que suspendeu funções, José Penedos, presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, cujas funções foram suspensas pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel Godinho, que está em prisão preventiva. O primeiro-ministro foi interceptado em 11 escutas dirigidas a Armando Vara neste processo.
"Acho que como assistente posso neste caso auxiliar o Ministério Público (MP) na procura da verdade", disse à agência Lusa Moura Guedes, revelando ter recebido hoje a informação de que o seu pedido foi aceite, pelo que "já é assistente no processo Face Oculta".
Manuela Moura Guedes considerou que em "determinados aspectos poderá ajudar" na descoberta da verdade, sendo que como assistente pode requerer diligências de prova no processo.
Questionada sobre se a sua intervenção no processo Face Oculta, onde há escutas telefónicas (entretanto declaradas nulas) entre o primeiro-ministro e o arguido Armando Vara, não pode ser interpretada como uma questão pessoal com José Sócrates, Manuela Moura Guedes assegurou não ter qualquer "questão pessoal com o primeiro-ministro".
"Para já, não conheço o senhor primeiro-ministro. Portanto, é impossível ter qualquer questão pessoal" com ele, vincou. Confrontada com o facto de o próprio primeiro-ministro ter feito declarações públicas pouco abonatórias relativamente ao Jornal Nacional da TVI, Manuela Moura Guedes referiu que esse "caso está em tribunal", alegando que foi posta em causa a "credibilidade" e a "seriedade" dos jornalistas que formavam a equipa do jornal.
A jornalista sublinhou que o Jornal Nacional da TVI não teve qualquer notícia desmentida e que o serviço noticioso sempre se referiu ao primeiro-ministro como figura pública e no exercício das suas funções e não à sua pessoa, pelo que achou "estranho" que tenha sido posta em causa a credibilidade do Jornal Nacional.
Quanto à decisão do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de declarar nulas as escutas de conversas telefónicas entre José Sócrates e Armando Vara, disse "não perceber qual é o valor jurídico do despacho", porque se não houve inquérito "não percebe qual o valor jurídico do despacho" em causa.
No processo Face Oculta, que investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, vice-presidente do BCP que suspendeu funções, José Penedos, presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, cujas funções foram suspensas pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel Godinho, que está em prisão preventiva. O primeiro-ministro foi interceptado em 11 escutas dirigidas a Armando Vara neste processo.