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Manuel Pinho avança com novo modelo de governação da EDP

O ministro da Economia, Manuel Pinho, confirmou ontem aos jornalistas que o Estado e os accionistas privados da EDP estão a trabalhar num novo modelo de governação para a eléctrica nacional que irá substituir o actual figurino - conselho de administração

30 de Dezembro de 2005 às 00:27
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O ministro da Economia, Manuel Pinho, confirmou ontem aos jornalistas que o Estado e os accionistas privados da EDP estão a trabalhar num novo modelo de governação para a eléctrica nacional que irá substituir o actual figurino - conselho de administração mais comissão executiva - pela constituição de um conselho superior.

Este modelo, que é idêntico ao utilizado no BCP, permitirá aos accionistas privados reunidos neste novo órgão ficarem com a iniciativa de propor os elementos do futuro conselho de administração da EDP.

O ministro não quis confirmar contudo se o nome a indicar pelos accionistas privados para novo presidente executivo da EDP era António Mexia. Segundo a agência Lusa, que cita fonte oficial de um dos accionistas privados o ex-presidente da Galp e ex-ministro das Obras Públicas de Santana Lopes, será o nome proposto por estes accionistas para presidente da eléctrica.

Iberdrola no conselho superior

O novo modelo permitirá a presença no conselho superior de todos os accionistas de referência da eléctrica nacional, disse o ministro, onde se inclui também a Caixa Geral de Depósitos. Isto significa que a Iberdrola vai participar do novo órgão, embora não entre no conselho de administração, esclareceu Manuel Pinho.

A participação da Iberdrola nos órgãos sociais sempre foi contestada pelo presidente executivo da eléctrica, João Talone, que invocava o facto da empresa espanhola ser concorrente directa da EDP.

Com a adopção deste novo figurino, tudo indica que a Iberdrola, que em Portugal é liderada pelo ex-ministro socialista, Pina Moura, terá finalmente assento nos órgãos sociais da EDP, um cenário que deverá, por si só, ser incompatível com a manutenção do actual presidente executivo da eléctrica num segundo mandato.

Apesar de inspirada no modelo do BCP, a entrada da Iberdrola representa uma cedência a grupos concorrentes que não foi permitida pelo maior banco privado português que manteve sempre afastados do seu conselho superior accionistas que eram bancos concorrentes no mercado nacional.

Manuel Pinho confirmou aos jornalistas ter comunicado na quarta feira desta semana o novo modelo de organização da EDP ao presidente executivo e ao "chairman", João Talone.

O ministro não quis confirmar se disse que o Estado não tencionava propor a sua continuação na empresa para um segundo mandato, informação desmentida pela EDP, mas reafirmou que o mandato da actual gestão termina este ano.

E tem sido prática deste Governo, acrescentou, não mudar as administrações das empresas antes do final do seu mandato.

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