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Malo afasta fundador após perdão de 40 milhões

A administração da Malo Clinic, agora nas mãos da capital de risco Atena, comunicou aos seus colaboradores que Paulo Maló “não prosseguirá qualquer função no grupo”. Uma decisão que surge após a homologação do Processo Especial de Revitalização (PER) da empresa.

Paulo Maló, que fundou o maior grupo português de medicina dentária, em 1995, deixou de ter qualquer atividade e relação com a empresa. Miguel Baltazar/Negócios
10 de Outubro de 2019 às 11:59
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Duas dúzias de anos após ter fundado o maior grupo português de medicina dentária, que acumulou uma dívida asfixiante da ordem dos 70 milhões de euros, e pouco mais de quatro meses após a ter vendido à capital de risco Atena, Paulo Malo foi agora completamente afastado da clínica.  

 

O fundador da Malo Clinic deixou de ter qualquer atividade e relação com a empresa, apurou o Jornal de Negócios. A decisão da administração da Malo foi comunicada aos colaboradores esta quinta-feira, 10 de outubro, e já foi confirmada pelo Negócios junto da companhia.

 

"O Dr. Paulo Maló não prosseguirá qualquer função no grupo", confirmou fonte oficial da Malo Clinic ao Jornal de Negócios.

 

Pelo que conseguimos saber, Paulo Maló já não tinha funções em Portugal e, nos últimos anos, focava a sua atividade médica a nível internacional, apenas muito esporadicamente desenvolvendo a atividade médica em Portugal.

 

A responsabilidade clínica era já assegurada por um comité médico composta por três médicos dentistas portugueses, que continuarão a assumir essa responsabilidade.

 

Após a aquisição da Malo Clinic, a Atena Equity Partners aderiu ao Plano Especial de Revitalização (PER), tendo firmado um acordo extrajudicial, já homologado, que contempla um perdão de mais de 40 milhões de euros de uma dívida reconhecida de 67,5 milhões de euros a cerca de nove dezenas de credores, entre os quais a Segurança Social com 1,7 milhões de euros.

 

O Novo Banco, detentor de quase 80% do total de créditos sobre a empresa, aceitou perdoar cerca de metade de uma dívida de mais de 51 milhões de euros.

 

Aos credores comuns foi imposto perdas de 90% dos seus créditos.

 

É o caso do Banco Nacional Ultramarino (BNU), do grupo estatal Caixa Geral de Depósitos – que ajudou à expansão do grupo Malo em Macau –, que apenas poderá vir a recuperar 10% dos cerca de 6,9 milhões de euros que tinha a haver.

 

O "haircut" de 90% também se aplica aos créditos, da Nobel Biocare (3,4 milhões de euros), Henry Schein Portugal (55 mil euros), sociedade de advogados PLMJ (19 mil euros), Guimarães Shopping (10,6 mil euros) ou Câmara de Loulé (19 euros).

 

De resto, a Malo Clinic beneficiará de dois anos de carência e terá oito anos para pagar a sua dívida, agora reduzida a cerca de 27 milhões de euros. O plano de reembolso prevê o pagamento em prestações constantes, com uma taxa de juro da ordem dos 4%.

 

"No âmbito do projeto de revitalização, foi acordada uma redução de dívida por parte dos parceiros financeiros, a qual permite à Malo Clinic contar com uma sólida estrutura financeira e prosseguir com o seu crescimento em Portugal. Este acordo traduz o forte desempenho operacional e financeiro da operação no nosso país, que apresenta um histórico de resultados positivos e potencial de crescimento", afirmou recentemente ao Jornal de Negócios fonte oficial da empresa.

 

No âmbito deste plano, a Malo Clinic será alvo de um investimento de quatro milhões de euros pelo novo dono, com o objetivo de potenciar o desenvolvimento do grupo, que se apresenta como líder mundial em implantologia e medicina dentária.

 

"Este investimento integra o plano estratégico da companhia e vem reforçar a solidez financeira da Malo Clinic, permitindo investir na melhoria contínua da atividade clínica e reforçar a aposta na inovação e investigação", afirmou a mesma fonte oficial da empresa, que detém 13 clínicas em Portugal.

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