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Luis Castro Henriques: Portugal está "claramente no mapa global do investimento"

O presidente da AICEP diz que m 15 anos, as exportações de bens passaram de "menos de 40 mil milhões para quase 70 mil milhões" de euros, dos quais "há mais de 13 mil milhões que podem ser relacionados diretamente com contratos de investimento tratados e angariados pela entidade que lidera.

Miguel Baltazar
22 de Outubro de 2022 às 10:28
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O presidente da AICEP afirma que Portugal está "claramente no mapa global do investimento", numa entrevista à Lusa onde faz um balanço "positivo" dos 15 anos da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

"Acho que hoje em dia estamos claramente no mapa global do investimento", sublinha Luís Castro Henriques, que está de saída da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) no final deste ano, após nove anos na agência e quase seis na presidência.

Dos 15 anos de existência da AICEP, o gestor faz um "balanço positivo", com "muito impacto [...] na economia portuguesa e na sociedade portuguesa, muito impacto nas empresas portuguesas", sendo que "as empresas portuguesas também deram um contributo enorme, sobretudo ao nível da exportação".

Em suma, "os resultados estão à vista", aponta Luís Castro Henriques, referindo ainda o "impacto muito grande em termos de investimento, sobretudo na captação de investimento estrangeiro".

Nestes 15 anos "a AICEP conseguiu pôr Portugal no mapa do investimento e os resultados estão à vista em termos de angariação de investimento", enfatiza o presidente da AICEP.

E o que é "ainda mais interesse", prossegue, "é perceber que esses são investimentos de natureza exportadora".

Portanto, "na prática estamos aqui a trazer um círculo virtuoso", sublinha o presidente da agência, partilhando alguns números.

Em 15 anos, as exportações de bens passaram de "menos de 40 mil milhões para quase 70 mil milhões" de euros, dos quais "há mais de 13 mil milhões que podem ser relacionados diretamente com contratos de investimento tratados e angariados pela AICEP", revela.

Neste período, houve "mais de 700 ações de formação que impactaram quase 30.000 empresas e a própria AICEP passou a ter "um perfil de cada vez mais quadros com mais habilitações". O peso de quadros superiores com habilitações superiores passou de cerca de 60% para mais de 80%.

"Uma evolução com impacto, eu diria, na economia portuguesa, claramente a mexer o ponteiro da economia portuguesa", salienta, referindo que este aumento das exportações e do investimento tem um "impacto enorme no PIB [Produto Interno Bruto]" e "um impacto muito grande na criação de postos de trabalho".

Ou seja, "estamos a falar de mais de 50.000 postos de trabalho criados de raiz e centenas de milhares de postos de trabalho mantidos", diz.

"Creio que o impacto da agência nos últimos 15 anos foi muito relevante e, naturalmente, hoje em dia nós falamos [...] da economia portuguesa como uma pequena economia aberta. Agora, é muito interessante ver que esse grau de abertura aumentou imenso nestes últimos 15 anos e está diretamente relacionado com o trabalho que a agência tem feito", sublinha Luís Castro Henriques.

Sobre o número de delegações da AICEP, Luís Castro Henriques adianta que estas "acompanham as tendências dos próprios países e a possibilidade de fazer negócio nos países, mas também o apetite das empresas portuguesas para ir para esses países".

Isto porque a AICEP até pode escolher países onde a oportunidade "pode parecer mais interessante", mas se as empresas portuguesas "não têm tanta apetência para esse mercado", mas por por outros onde até podem ganhar mais quota de mercado, então abre-se uma delegação aí.

"Até já tivemos mais delegações do que temos hoje em dia", afirma, referindo que o último plano estratégico "tem claramente uma noção e uma tendência de enfoque nos mercados de maior impacto".

Atualmente, a AICEP conta com mais de 50 delegações, depois da abertura recente da de Chicago, a terceira nos Estados Unidos.

"E ainda vamos ter mais duas delegações abertas até ao final do ano", nos países nórdicos, uma em Oslo e outra em Helsínquia.

Portanto, "estamos a falar de acabar o ano com 53 delegações, mais de 60 mercados cobertos", o que é "uma boa cobertura mundial", considera.

"Temos tido uma experiência positiva com as exportações para os países nórdicos, mas acreditamos que de facto conseguimos aumentar quota de mercado muito significativamente e, portanto, temos trabalhado bastante a Suécia e Dinamarca com resultados positivos e acreditamos que conseguimos expandir esses resultados exatamente para a Finlândia e para a Noruega", explica Luís Castro Henriques.

Para isso, é necessário "apoio local" e sob "a coordenação da delegação de Estocolmo vamos abrir estas novas duas delegações", diz.

Ao fim destes 15 anos, está "claríssimo que os investidores sabem e creio que muitos dos distribuidores e dos compradores internacionais também" o que é Portugal.

Tal é "óbvio na Europa" mas também "na América do Norte", insiste.

Luís Castro Henriques conta que na semana passada decorreu o fórum económico anual em Nova Iorque: "Lembro-me perfeitamente que há seis anos o objetivo primordial era dar notoriedade a Portugal", mas "hoje em dia essa discussão está completamente ultrapassada".

Atualmente, Portugal é conhecido e o que pretendem agora saber é quais "são as principais tendências" que o país está a ter no mercado. "Por exemplo, este ano o grande tema era porque é que estamos a ter tanto sucesso na tecnologia, na alta tecnologia, nos centros de serviços", relata o responsável.

Mas com isto "não quer dizer que não tenhamos ainda de fazer muito trabalho em termos de notoriedade da marca Portugal, das exportações portuguesas na próxima década, mas eu diria que, pelo menos em termos de investimento, isso não tenho dúvidas", Portugal está no mapa global, sublinha.
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