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Lucros da EDP crescem para 1,071 mil milhões em 2005 (act)

A Energias de Portugal anunciou hoje que os resultados líquidos de 2005 ascenderam a 1,071 mil milhões de euros, o representa uma subida comparável de 294,3%. O «forte desempenho» no Brasil e a mais-valia na venda da Galp foram determinantes para os resul

07 de Março de 2006 às 17:32
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A Energias de Portugal anunciou hoje que os resultados líquidos de 2005 ascenderam a 1,071 mil milhões de euros, o representa uma subida comparável de 294,3%. O «forte desempenho» no Brasil e a mais-valia na venda da Galp foram determinantes para os resultados apurados, que foram os mais elevados de sempre de uma cotada portuguesa.

Num comunicado a EDP diz que os resultados líquidos de 2005 comparam com os lucros de 271,6 milhões de euros apurados em 2004, tendo em conta o mesmo perímetro de consolidação. Analistas contactados pelo Jornal de Negócios aguardavam lucros de 910 milhões de euros em 2005.

A eléctrica explica que o resultado reportado para 2004 foi «ajustado para reflectir a exclusão de uma perda por provisão de 316 milhões de euros, com impacto de 229 milhões de euros no resultado líquido, contabilizada a Dezembro de 2004, por contrapartida do activo registado com referência a Janeiro de 2004 relacionado com a conta de correcção de hidraulicidade».

As receitas subiram 32,4% para 9,67 mil milhões de euros.

O EBITDA, que também inclui a mais-valia na Galp, subiu 78,3% para 2,48 mil milhões de euros, um valor que também superou as previsões e representa uma margem EBITDA de 25,6%, acima dos 19% conseguidos em 2004.

No Brasil o EBITDA subiu 96%, na espanhola HC Energia aumentou 251% e a EDP Distribuição cresceu 50,1%.

Para a EDP, esta subida no EBITDA reflecte «a consolidação de 100% da HC Energia, que beneficiou do aumento dos preços da ‘pool’, um forte desempenho operacional da

Energias do Brasil e uma mais-valia de 397 milhões de euros na venda de uma participação de 14,3% na Galp Energia».

Os resultados operacionais subiram 135,9% para 1,62 mil milhões de euros e também a contribuir para a melhoria dos resultados esteve a redução de 30% observada nos custos operacionais.

Para além da subida dos preços da electricidade em Espanha, a contribuir para a melhoria nos resultados no país vizinho esteve também a reversão de uma provisão de 150 milhões de euros para fazer face ao défice tarifário em Espanha.

A beneficiar a actividade no Brasil esteve a «forte performance operacional no seguimento dos ajustamentos tarifários e de um crescimento de 3% do consumo de electricidade», bem como a «melhoria do ambiente macroeconómico no Brasil, que resultou numa valorização de 20% do real e na redução do risco país».

A EDP diz que a subida dos resultados da «holding», para além da venda de activos, reflecte também a «forte performance operacional do grupo». Além da Galp, a EDP alienou ainda outros activos, onde realizou mais-valias: Comunitel (31 milhões de euros), 60% da Edinfor (15 milhões de euros), 3% da REE (9 milhões de euros) e a transferência de 2,01% do BCP para o Fundo de Pensões da EDP (12 milhões de euros).

Menos dois mil postos de trabalho

No comunicado para apresentação de resultados, a EDP diz que em 2005, o grupo concluiu a implementação do Programa de Reestruturação de Recursos Humanos iniciado em 2003 e que permitiu ao Grupo EDP reduzir 1.731 empregados «no core business».

A eléctrica nacional terminou 2005 com 14.235 empregados, menos 2.008 do que no final de 2004. Grande parte desta descida diz respeito à desconsolidação da Edinfor, que empregava mais de mil trabalhadores.

Reflectindo este facto, os custos da EDP com benefícios sociais desceram 54,5% para 200,3 milhões de euros. A empresa explica que o ano de 2004 inclui um custo de 317 milhões de euros relacionado com a redução de efectivos negociado com a ERSE e 20 milhões de euros de prémios de passagem à «Reforma Flexível». Já as contas de 2005 incluem um custo de 64 milhões de euros relacionado com o corte de empregos.

Dívida e investimentos aumentam

A empresa liderada por João Talone terminou o exercício de 2005 com uma dívida líquida consolidada de 9,46 mil milhões de euros, mais 10,9% do que o verificado no final de 2004 e acima dos 9 mil milhões de euros verificados em Setembro.

Esta subida deve-se à subida dos investimentos realizados, nomeadamente na aquisição de parques eólicos, apreciação do real, pagamento de dividendos e financiamentos da HC Energia para fazer face ao défice tarifário. O encaixe com a venda da Energias do Brasil, da participação da Galp e de outros activos limitaram a subida da dívida.

No ano passado a EDP realizou investimentos operacionais de 1,42 mil milhões de euros, um valor que representa um aumento de 38,9%, que se deve sobretudo, segundo a EDP aos investimentos efectuados na rede de distribuição de electricidade em Portugal, à construção da central hidroeléctrica de Peixe Angical no Brasil, aos investimentos relacionados com o programa de ligação universal – "Universalização" – do consumo a todos os clientes de Baixa Tensão no Brasil e à consolidação integral do investimento operacional da HC Energia em 2005.

Os resultados financeiros agravaram-se em 37,5% para um valor negativo de 364 milhões de euros.

As acções da EDP fecharam inalteradas nos 2,96 euros.

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