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Lucro da Ramada cai 30% para 1,3 milhões no primeiro trimestre
A Ramada Investimentos teve um resultado líquido de 1,3 milhões de euros entre janeiro e março, menos 30,1% do que no período homólogo do ano passado.
A Ramada Investimentos reportou lucros de 1,33 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma queda de 30,1% face aos 1,90 milhões contabilizados no mesmo período de 2019.
A companhia liderada por João Borges de Oliveira, que saiu do índice de referência da bolsa nacional no passado dia 23 de março para ser substituída pela Novabase, sublinha no comunicado das contas divulgado na CMVM que no final de 2019 se antecipava "algum otimismo e confiança de que 2020 seria o ano da retoma da indústria automóvel". "Todavia, tal não se concretizou", aponta.
As receitas totais ascenderam a 26,4 milhões de euros, uma descida de 13,3% face à faturação de 30,4 milhões entre janeiro e março do ano passado, muito por conta do aço.
A empresa refere que neste primeiro trimestre a atividade de aços registou um decréscimo do volume de negócios face ao período homólogo de 2019. "O mês de janeiro veio a revelar-se um mês instável, tendo o setor dos moldes registado baixos níveis de atividade e na metalomecânica uma quebra, em resultado da descida verificada no setor automóvel", explicou.
Já os custos totais ascenderam a 23,6 milhões de euros, um recuo de 11,1% face ao período homólogo do ano passado.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 2,8 milhões de euros, inferior em 27,9% ao registado entre janeiro e março de 2019. A margem EBITDA ascendeu a 10,6%, um decréscimo de 2,1 pontos percentuais face ao mesmo período de comparação.
No documento das contas, o grupo Ramada recorda que procedeu à "implementação de um conjunto de medidas de prevenção, controlo e vigilância da covid-19" e que, "em resultado diversas medidas implementadas, à data de 31 de março de 2020 estima-se um impacto negativo na demonstração dos resultados no montante de, aproximadamente, 100 mil euros (incluindo os gastos com donativos, equipamentos de proteção, entre outros)".
A empresa destaca ainda que procedeu de forma cautelosa a um processo de revisão e avaliação interna dos investimentos que tinha planeado para 2020, reavaliando o custo/benefício destes projetos em carteira, bem como a sua exequibilidade, tendo em consideração a realidade atual.
"Desta revisão foi decidido reagendar, para o segundo semestre, os investimentos que estavam previstos para os meses de março e abril de 2020. À data, é expetativa do grupo Ramada cumprir com o investimento inicialmente estipulado para o ano de 2020, até final do exercício", salienta.
Durante o primeiro trimestre, e na sequência da declaração de dituação de calamidade no município de Ovar, a sua subsidiária Ramada Aços, unidade de produção localizada em Ovar, responsável por cerca de 40% do volume de negócios do grupo, teve a sua sede encerrada entre 18 de março e 6 de abril.
Neste cenário, a empresa diz ter encetado "todos os esforços para reforçar os inventários e meios das suas filiais em diversos pontos do país, de forma a satisfazer as encomendas dos clientes".
Relativamente à subsidiária Socitrel - Sociedade Industrial de Trefilaria, parte dos colaboradores da fábrica encontram-se em lay-off simplificado desde o dia 14 de abril, sublinha a Ramada.