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Liga inglesa bate novo recorde de investimento no mercado de inverno

O Benfica (18.º) é o único clube português no 'top 50' dos mais gastadores, mas lidera destacadamente a tabela de receitas (128.8 milhões), na qual o Sporting de Braga é quinto colocado, face aos 32 milhões recebidos pela venda de Vitinha aos franceses do Marselha.

Reuters
01 de Fevereiro de 2023 às 13:12
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Os históricos 329,5 milhões de euros investidos pelo Chelsea em nove transferências em janeiro ajudaram a Liga inglesa de futebol a bater o seu próprio recorde de investimento no mercado de inverno, que encerrou na terça-feira.

Os 20 clubes da Premier League tiveram gastos de 824,81 ME ao longo do primeiro mês de 2023, acima dos 561,4 ME registados a meio da época 2017/18, para totalizarem uma fasquia inédita de 3.075 ME no somatório com os 2.250 ME gastos no início de 2022/23.

O Chelsea foi protagonista nas mais recentes janelas estival e invernal, ao fixar o recorde de dinheiro despendido por um clube na mesma temporada - 611,49 ME -, que estava na posse dos espanhóis do FC Barcelona desde 2017/18, com uma despesa de 380,1 ME.

Depois de já terem libertado 281,99 ME no recrutamento de oito reforços no último verão, os 'blues', que até ocupam um modesto 10.º lugar ao fim de 20 jornadas da Liga inglesa, investiram mais 329,5 ME no mês passado, renovando os seus máximos em aquisições.

Campeão mundial pela Argentina, numa prova em que foi considerado o melhor jogador jovem, o médio Enzo Fernández tornou-se o reforço mais caro da história do Chelsea, ao ocasionar 121 ME, um milhão acima da cláusula de rescisão, ao Benfica, líder da I Liga.

O negócio mais avultado de sempre do futebol português e desta época superou os 113 ME entregues aos italianos do Inter Milão em 2021 pelo regresso de Romelu Lukaku a Londres, sendo que o avançado internacional luso João Félix suplantou agora a fasquia praticada pelo clube de Stamford Bridge no pagamento de taxas de empréstimo, ao sair provisoriamente dos espanhóis do Atlético de Madrid por 11 ME, sem opção de compra.

Os bolsos ilimitados do Chelsea derivam do consórcio encabeçado pelo multimilionário norte-americano Todd Boehly, que concretizou a compra do clube há cerca de meio ano junto de Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, mas que tinha passado a ser alvo de sanções europeias, motivadas pela invasão da Rússia à Ucrânia.

Líder de mercado pelo segundo inverno consecutivo, a Premier League impôs-se quase três vezes ao dinheiro investido em conjunto (253,47 ME) pelas outras quatro principais ligas continentais: França (124,9), Alemanha (68,27), Espanha (31,88) e Itália (28,42).

Se o investimento em 2022/23 elevou significativamente em Inglaterra (479.33 ME) face ao período similar da época anterior, essa subida foi mais ténue na Ligue 1 (55,48 ME) e na Bundesliga (5.52 ME), com La Liga (-46.87) e Serie A (-156,61) em sentido contrário.

Estes últimos quatro países tinham quebrado recordes de despesa antes de 2019/20, época assinalada pela súbita paragem das competições, devido à pandemia de covid-19, cujas consequências financeiras, às quais se juntaram os da guerra na Ucrânia há quase um ano, afetaram a liquidez generalizada dos clubes nas janelas de mercado seguintes.

A exceção à austeridade reside na Premier League, que teve nove clubes no 'top-10' dos mais gastadores no mundo: Chelsea (329,5 ME), Southampton (63,25), Arsenal (60,3), Bournemouth (56,2), Newcastle (49,35), Liverpool (42), Leeds (41,2), Wolverhampton (38,51) e Leicester (31), com os franceses do Marselha a surgirem no oitavo lugar (40).

Esses clubes ingleses também encabeçam o 'ranking' de piores saldos entre compras e vendas, com liderança novamente destacada para o Chelsea (-318.2 ME), que apenas 'faturou' 11,3 ME na venda do italiano Jorginho ao rival e líder do campeonato Arsenal.

O Benfica (18.º) é o único clube português no 'top 50' dos mais gastadores, mas lidera destacadamente a tabela de receitas (128.8 ME), na qual o Sporting de Braga é quinto colocado, face aos 32 ME recebidos pela venda de Vitinha aos franceses do Marselha.

619,14 dos 666,14 ME envolvidos em 18 das 20 movimentações mais avultadas saíram dos cofres de clubes da Premier League, que voltaram a fazer da I Liga portuguesa uma das grandes favorecidas desse poder aquisitivo, com 126 ME extraídos em dois atletas - além de Enzo Fernández, Pedro Porro foi cedido pelo Sporting ao Tottenham a troco de cinco ME, com os ingleses a comprometerem-se a pagar mais 40 ME no final da época.

De acordo com o portal especializado Transfermarkt, a elite nacional cotou-se como 11.ª em gastos (20 ME) e segunda em receitas (161,1 ME), logo atrás da França (199,1 ME), refletindo essa fasquia no melhor saldo mundial entre entradas e saídas (141,1), que se opõe ao balanço negativo da Premier League (-724.39), capaz de receber 100,42 ME.
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